Basta observar a imagem no perfil de muitas pessoas no Facebook, adesivos em carros e faixas em alguns locais da cidade, para saber que no próximo domingo, dia 16 de agosto, está programada mais uma manifestação pró impeachment de Dilma Rousseff. Dessa vez a concentração será às 13h30min na prefeitura, para partirem às 14h. Fiquem atentos para uma pequena mudança no trajeto em relação à últimas duas manifestações.
Durante as últimas duas semanas os organizadores da manifestação em nossa cidade tem feito várias panfletagens divulgando o evento em praças e semáforos. No último sábado (8) tivemos panfletaço no Parque Ramiro Ruediger e um projeto chamado “Sábado de Sol” na praça Getúlio Vargas, no Terminal do Garcia. Uma banda ligada ao Movimento Brasil Livre Blumenau tocava vários sons, enquanto as pessoas recebiam convites para ir à manifestação.
Segundo Alfredo Seubert, um dos coordenadores, a aceitação das pessoas tem sido muito boa. Ele tem duas expectativas: um bom público no dia e que o impeachment de Dilma saia até meados de Setembro, hajam novas eleições e uma nova composição de governo assuma.
Para falar sobre o protesto de domingo, entrevistamos o José Galdino e o Vanderlei Dallagnolo que fazem parte do Movimento Brasil Livre de Blumenau, responsável pela organização do evento em nossa cidade. Esse grupo já é considerado pelo movimento nacional, um dos 10 mais atuantes do país.
OBlumenauense: Alguma novidade em relação às outras duas manifestações?
MBL Blumenau: A primeira novidade é em relação ao trajeto. A manifestação sai da praça em frente da prefeitura às 14h, segue pelas ruas Amadeu da Luz, 7 de Setembro, entra na Alameda Rio Branco (sentido centro), segue em direção ao Biergarten, parando na frente da Câmara de Vereadores. Depois volta para a prefeitura seguindo pela Avenida Beira Rio. A ideia é evitar passar na frente do hospital Santa Catarina, onde tem pessoas internadas. O horário também foi alterado para 2h antes, já que anoitece mais cedo. Nas duas últimas vezes, o início estava sempre programado para às 16h.
OBlumenauense: Como está a questão da mobilização nacional?
MBL Blumenau: Ela vai ocorrer em todas as cidades onde tem grupos organizados no Brasil. É importante frisar que existem outros movimentos trabalhando juntos, abrangendo o país inteiro, onde não param de entrar novas localidades. Alguns não têm o MBL formalizado, mas as pessoas já irão criar as suas manifestações. Capilarizou mais ainda esse sentimento de basta da população.
Além dos temas nacionais, também vamos trazer as pautas regionais à manifestação. Aqui daremos bastante ênfase na questão do aumento dos vereadores em Blumenau.
OBlumenauense: Pessoas de outras cidades da região já têm procurado vocês para buscar orientações na organização das manifestações?
MBL Blumenau: Sim, recentemente um pessoal de Pomerode começou a se mobilizar e vieram até nós. Passamos algumas informações sobre o que deu e não certo na organização de nossas manifestações. Em Gaspar tem um grupo legal se formando, bem ativo, motivado, em que três integrantes nossos (José Galdino, Cyntia e Ricardo) já se reuniram para passar orientações.
OBlumenauense: No dia 15 de março foram mais de 40 mil pessoas na rua, depois em 12 de Abril reduziu para 12 mil. Não há um receio de que seja um número menor dessa vez? Qual a expectativa de público para essa nova manifestação?
MBL Blumenau: Baseado na pesquisa em que apenas 7% dos brasileiros estão satisfeitos com o governo de Dilma, temos uma minoria no Brasil que se mostra contrária a manifestação. Mas a expectativa é de que será a segunda maior manifestação de Blumenau. Dia 15 foi realmente um estouro. Nem nós imaginávamos um público daqueles, mas acreditamos que essa manifestação irá superar a de abril.
Quanto ao público de 12 mil da última vez, é importante lembrar que são estimativas. Nós acompanhamos todo o trajeto, percebemos que em dado momento as pessoas se dispersaram. Isso deu a impressão de que tinha um público menor, mas acreditamos que foi maior do que o número divulgado pela PM. Esse levantamento médio deveria ter sido feito na parte principal do trajeto.
Um detalhe interessante nessa segunda manifestação, foi o número de pessoas carregando placas, camisas, faixas, etc… Isso mostrou de forma clara a evolução na conscientização desde a primeira, onde havia um mar verde e amarelo, mas as pessoas não pareciam tão conscientes do que está acontecendo. Entre os exemplos, tinham muitas placas citando o Foro de SP, outras denunciando o plano de governo esquerdista que existe e assim por diante.
Outra coisa. Entre a primeira e a segunda manifestação, tivemos um prazo de tempo menor para divulgar e o Facebook começou a dificultar algumas coisas. Por exemplo, agora existe um número máximo de convidados que cada um pode fazer por eventos. Também tivemos algumas pessoas do movimento que tiveram suas contas bloqueadas.
OBlumenauense: Em relação a essas contas bloqueadas Vocês ouviram falar de alguma ação de pessoas denunciando como spam ou algo parecido?
MBL Blumenau: Na verdade imaginamos que sejam os MAVs (Miltância de Ambientes Virtuais), com grupos organizados da esquerda, que fazem um grande número de denúncias aí cai a página da pessoa por vários dias. Um caso foi de Olavo Carvalho, que não é ligado diretamente ao movimento, mas é uma pessoa conhecida dessa oposição pela qual estamos combatendo. Ele vive sofrendo esse tipo de represália, inclusive teve a sua conta bloqueada 20 dias antes da manifestação passada, pelas práticas dessa militância virtual paga para ficar causando transtorno na internet.
OBlumenauense: Vocês dois já apareceram em várias entrevistas. Alguma vez sentiram alguma forma de retaliação por pessoas da esquerda?
MBL Blumenau: Já aconteceu algo sim. Algumas calúnias na rua, acusação de sermos pagos ou representando certos interesses particulares na região. Inclusive, algumas dessas pessoas fazem parte de grupos com esse tipo de prática que nos acusam. Também já nos disseram que estamos querendo fazer protagonismo político na região.
OBlumenauense: Como será estruturado essa nova manifestação?
MBL Blumenau: Serão usadas as placas e faixas dos panfletaços que temos feito para divulgar a manifestação. Teremos um carro de som, como da primeira vez, além das camisas que serão distribuídas somente aos apoiadores para se identificarem.
Terá também como fundo mundo musical durante a manifestação, o som da gaúcha “Banda Loka Liberal”, que tem uns hinos de protestos bem interessantes contra a Dilma, para agitar mais a população, além dos gritos de guerra. Em determinado momento, também deixar as pessoas manifestarem a sua opinião no carro de som, afinal não somos donos do movimento. Isso é bem simbólico e representativo. Será a oportunidade para quem quiser se manifestar no microfone, já que durante a manifestação muitas pessoas pedem para fazer uso da palavra.
OBlumenauense: Vocês acreditam que o impeachment de Dilma Roussef irá acontecer?
MBL Blumenau: Nós temos certeza que vai acontecer. As pessoas não tem tempo para ficar acompanhando, então muitos não percebem que há uma evolução. O suporte do Governo está desmoronando, a saída dela por um meio ou outro é certa. A base que era aliada já não é mais, como foi o caso de partidos como o PTB e PDT. Este último, tinha ideais parecidos.
Tem grupos se mobilizando com outras estratégias, como o ativismo judicial, em que entram com ações para cassar o próprio registro do PT. Mas ainda não está tendo tanta visibilidade. O movimento Brasil livre conseguiu cerca de 100 vídeos com deputados dando sua posição favorável ao impeachment. Está no site e fan page “Placar fora Dilma“.
OBlumenauense: Supondo que Dilma seja tirada do poder através de um processo de impeachment. O que vocês esperam ou acham que acontecerá depois?
Tem muitas opções, uma é o aspecto tático e estratégico. Digamos que para cada situação, iremos adotar algumas medidas. Vamos supor que aconteça a cassação do diploma dos dois (Dilma e Temer), aí é outra situação diferente. Ou uma terceira situação, em que os dois saiam e o (Eduardo) Cunha assuma.
Em termos estratégicos, o MBL é um movimento liberal com visão a longo prazo. Nós acreditamos que o papel do estado deveria ser muito menor. Ele tem que sair de várias áreas de nossa vidas, sendo mais enxuto e eficiente. Nesse sentido, o combate continua sempre, porque é um movimento de ação política, com objetivos políticos, mas sem pertencer a nenhum partido.
Nosso trabalho aqui na região, passará por ações de conscientização, dando início ao planejamento que envolve outras iniciativas além das mobilizações. Pretendemos criar um ambiente de debate, uma espécie de microclima intelectual, favorável a entender essa situação e buscar soluções de longo prazo.
OBlumenauense: E como vocês pensaram em fazer esses grupos?
Temos o grupo de debates que estamos iniciando, mas com a chegada do período das manifestações, nós demos uma parada. Depois do dia 16 de agosto, nós voltamos com esse projeto, já que por enquanto só fizemos uma explanação de como irá funcionar. Será aberta primeiro a participação aos nossos apoiadores, que por sua vez podem trazer pessoas de fora.