O Centro Braille da Fundação Cultural de Blumenau recebeu na tarde de quarta-feira, dia 30 de outubro, a visita de 60 crianças da Escola Albert Stein. Os pequenos conheceram o sistema braille de leitura e escrita e puderam conferir na prática o estilo de aprendizagem e de vida dos deficientes visuais. Os relatos de Yara Luana Ionen, de 49 anos, que perdeu a visão depois dos 30 anos, impressionaram os alunos. Ela comentou que teve o contato com a bengala, novas estratégias de locomoção e a tecnologia de computadores para deficientes visuais após visitar o Centro, onde recebeu orientações da brailista Eliane Luchini.
Ao responder os questionamentos das crianças, Yone disse que não é nada fácil para um cego transitar pelas ruas das cidades. Explicou que usa a bengala para sentir o ambiente, ouvir os sons emitidos pelo toque e não bater em objetos. Comentou que os deficientes visuais precisam ser muito organizados com seus pertences para localizá-los com facilidade e não depender totalmente do auxílio de terceiros.
Além de desenvolver o tato, para sentir a textura dos objetos, Yara ressaltou a importância da leitura como forma de exercitar o cérebro. Conta que além do uso da bengala, a sensibilidade é fundamental para identificar rampas, paredes e degraus. Na visita ao Centro Braille, as crianças conheceram a tecnologia da computação voltada para cegos. Eliane ensinou que os equipamentos utilizados por esse público não possuem mouse, apenas teclado. As pessoas são orientadas pelo sistema Dosvox (sons).
O braille é um sistema de leitura com a utilização do tato inventado pelo francês Louis Braille, em 1825. É um alfabeto convencional cujos caracteres se indicam por pontos em alto relevo. Com as novas tecnologias, a informática também está se adaptando para atender as necessidades desse público.
Texto de Sérgio Antonello