Setor público tem superávit primário de R$ 3,6 bilhões em março, aponta Banco Central

Resultado é melhor que o de março de 2024; apesar disso, déficit nominal acumulado em 12 meses ultrapassa R$ 948 bilhões.

Foto: Marcello Casal [Agência Brasil]

O setor público consolidado — que reúne União, Estados, municípios e empresas estatais — fechou março de 2025 com superávit primário de R$ 3,6 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (30/04/25) pelo Banco Central (BC) e indicam melhora em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o saldo positivo havia sido de R$ 1,2 bilhão.

O resultado considera as contas do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), que registraram superávit de R$ 2,3 bilhões em março. Já os governos estaduais e municipais tiveram saldo positivo de R$ 6,5 bilhões, enquanto as empresas estatais federais, estaduais e municipais contribuíram com superávit de R$ 566 milhões no mesmo período.

Apesar do desempenho positivo no mês, o acumulado em 12 meses segue negativo. O déficit primário do setor público ficou em R$ 13,5 bilhões, o equivalente a 0,38% do Produto Interno Bruto (PIB). O número representa uma leve melhora frente a fevereiro, quando o déficit era de R$ 15,9 bilhões, ou 0,51% do PIB.

O BC também destacou que os juros nominais pagos pelo setor público somaram R$ 75,2 bilhões em março, aumento em relação aos R$ 64,2 bilhões registrados no mesmo mês de 2024. No acumulado de 12 meses, os juros atingiram R$ 935 bilhões, correspondendo a 7,8% do PIB.

Com isso, o resultado nominal — que soma o resultado primário e os juros — foi deficitário em R$ 71,6 bilhões no mês de março. No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit nominal alcançou R$ 948,5 bilhões, ou 7,92% do PIB, levemente acima dos R$ 939,8 bilhões (7,91%) registrados até fevereiro.

Quanto à dívida, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que inclui o governo federal, INSS e governos regionais, totalizou R$ 9,1 trilhões, o que representa 75,9% do PIB. Houve uma redução de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Já a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) chegou a R$ 7,4 trilhões, ou 61,6% do PIB, com alta de 0,2 ponto percentual no mês. Segundo o BC, essa elevação foi influenciada principalmente pelos juros nominais (+1,6 p.p.), pela valorização do câmbio (+0,9 p.p.), e pelo superávit primário do período (-0,7 p.p.), além de outros fatores como a variação do PIB nominal (-1,2 p.p.) e ajustes da dívida externa líquida (-0,4 p.p.).

Fonte: Agência Brasil