O Brasil celebrou um momento histórico no Oscar 2025. O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, venceu na categoria de Melhor Filme Internacional, conquistando a primeira estatueta da história do país na premiação da Academia de Hollywood. O anúncio foi recebido com emoção pelo diretor e pela equipe do filme, que destacou a importância da conquista para a cultura brasileira.
“Em nome do cinema brasileiro, é uma honra tão grande receber esse prêmio. Isso vai para uma mulher que, depois de uma perda tão grande em um regime tão autoritário, decidiu não se dobrar e resistir”, disse Salles em seu discurso de agradecimento. Ele dedicou a vitória a Eunice Paiva, advogada e ativista pelos direitos humanos, e também às atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, que interpretaram sua história na produção.
O diretor brasileiro já foi indicado para o mesmo prêmio com Central do Brasil (1998) e Diários de Motocicleta (2004) para Melhor Roteiro Adaptado. Além da vitória histórica, o filme também concorreu em duas outras categorias de peso: Melhor Filme e Melhor Atriz, com Fernanda Torres. No entanto, ambas as estatuetas ficaram com Anora, grande vencedor da noite.
O domínio de “Anora” e o recorde de Sean Baker
Com cinco prêmios, Anora consolidou seu favoritismo e fez história com o diretor Sean Baker, que se tornou a primeira pessoa a vencer quatro Oscars por um mesmo filme. Ele levou as estatuetas de Melhor Filme (como produtor), Melhor Direção, Melhor Montagem e Melhor Roteiro Original.
A trama, que acompanha a relação entre uma stripper e o herdeiro de um oligarca russo, também garantiu o prêmio de Melhor Atriz para Mikey Madison, superando Demi Moore e Fernanda Torres, que representava o Brasil na disputa.
O filme oscilou ao longo da temporada de premiações, começando como favorito após vencer a Palma de Ouro no Festival de Cannes, mas perdendo fôlego no Globo de Ouro. No entanto, sua vitória em premiações importantes, como as dos sindicatos dos diretores e produtores, confirmou seu favoritismo no Oscar.
Outros destaques da premiação
A cerimônia do Oscar 2025 teve momentos marcantes, começando com um número musical protagonizado por Ariana Grande e Cynthia Erivo, estrelas de Wicked, que relembraram clássicos do cinema musical. O comediante Conan O’Brien estreou como apresentador da premiação, trazendo humor ao evento, incluindo piadas sobre os indicados a Melhor Filme, entre eles Ainda Estou Aqui.
Entre os vencedores, O Brutalista garantiu três estatuetas, incluindo Melhor Ator para Adrien Brody. Já Emilia Pérez, Wicked e Duna: Parte 2 saíram com dois prêmios cada. Na categoria de Melhor Animação, a vitória surpreendente ficou com Flow, dando à Letônia seu primeiro Oscar, desbancando o favorito O Robô Selvagem.
A cerimônia também trouxe momentos polêmicos, como uma homenagem inesperada à franquia 007, que contou com participações de Margaret Qualley, Lisa (do Blackpink), Doja Cat e Raye. No segmento In Memoriam, que homenageia personalidades do cinema falecidas no último ano, a ausência do diretor brasileiro Cacá Diegues gerou críticas.
Apesar das surpresas e controvérsias, a noite foi especialmente marcante para o Brasil. A vitória de Ainda Estou Aqui representa um marco para o cinema nacional e reforça a presença do país no cenário cinematográfico mundial.
Lista completa dos vencedores do Oscar 2025
- Melhor Filme: Anora
Concorreram: O Brutalista, Um Completo Desconhecido, Conclave, Duna: Parte 2, Emilia Pérez, Ainda Estou Aqui, Nickel Boys, A Substância, Wicked - Melhor Atriz: Mikey Madison (Anora)
Concorreram: Cynthia Erivo (Wicked), Karla Sofía Gascón (Emilia Pérez), Demi Moore (A Substância), Fernanda Torres (Ainda Estou Aqui) - Melhor Direção: Sean Baker (Anora)
Concorreram: Brady Corbet (O Brutalista), James Mangold (Um Completo Desconhecido), Jacques Audiard (Emilia Pérez), Coralie Fargeat (A Substância) - Melhor Ator: Adrien Brody (O Brutalista)
Concorreram: Timothée Chalamet (Um Completo Desconhecido), Colman Domingo (Sing Sing), Ralph Fiennes (Conclave), Sebastian Stan (O Aprendiz) - Melhor Trilha Sonora: O Brutalista
Concorreram: Conclave, Emilia Pérez, Wicked, O Robô Selvagem - Melhor Filme Internacional: Ainda Estou Aqui (Brasil)
Concorreram: A Garota da Agulha (Dinamarca), Emilia Pérez (França), A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha), Flow (Letônia) - Melhor Fotografia: O Brutalista
Concorreram: Duna: Parte 2, Emilia Pérez, Maria Callas, Nosferatu - Melhor Filme de Curta-Metragem: I’m Not a Robot
Concorreram: A Lien, Anuja, The Last Ranger, The Man Who Could Not Remain Silent - Melhores Efeitos Visuais: Duna: Parte 2
Concorreram: Alien: Romulus, Better Man: A História de Robbie Williams, Planeta dos Macacos: O Reinado, Wicked - Melhor Som: Duna: Parte 2
Concorreram: Um Completo Desconhecido, Emilia Pérez, Wicked, O Robô Selvagem