Santa Catarina entre os alvos de operação contra tráfico internacional de mulheres

Investigação identificou falsa agência de modelos no Rio de Janeiro que recrutava jovens para exploração em países do Oriente Médio, Europa, Ásia e EUA.

Foto: Polícia Federal

Uma denúncia feita pela mãe de uma jovem de São José dos Campos (SP) desencadeou a Operação Catwalk, deflagrada pela Polícia Federal na quarta-feira (18/12/24). A ação revelou um esquema de tráfico internacional de mulheres liderado por uma organização criminosa que utilizava uma falsa agência de modelos no Rio de Janeiro para aliciar vítimas.

Com promessas de trabalho no exterior, a suposta agência atraía jovens com aparência infantojuvenil e as submetia a contratos abusivos. As vítimas tinham seus passaportes retidos e eram enviadas inicialmente para Dubai. De lá, eram deslocadas para países como Arábia Saudita, destinos na Europa, Ásia e Estados Unidos, onde permaneciam sob monitoramento constante, privadas de liberdade.

O esquema oferecia às mulheres uma vida de luxo aparente, com a intenção de mascarar a exploração sexual. Algumas eram incentivadas a postar imagens nas redes sociais, omitindo a realidade, para atrair novas vítimas.

A operação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. A cidade catarinense onde ocorreu a ação não foi informada pela Polícia Federal. Entre as medidas adotadas, destacam-se a apreensão de passaportes, proibição de emissão de novos documentos de viagem, sequestro de bens e restrição ao uso de redes sociais pelos investigados.

As investigações identificaram 10 vítimas e também que o movimento da falsa agência de modelos girava em torno de dezenas de mulheres enviadas todos os meses. Além disso, foi apontado que houve pelo menos um caso de ameaça e efetiva agressão física contra uma das vítimas a fim de garantir o repasse das comissões pelas atividades sexuais, que chegavam a 60%. Os financiadores faziam os depósitos em criptomoedas para dificultar serem identificados.

A ação policial conseguiu evitar o envio da jovem mencionada na denúncia e revelou que as agenciadoras já atuavam com exploração sexual em território nacional antes de expandirem suas atividades.


 

 


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