Aos 21 anos, Mariana Alves Cândido, deficiente visual desde o nascimento, encontrou na música uma maneira de expressar seu talento e paixão. Estudante do curso de Música da Univali, em Itajaí, ela conta que, sem o programa Universidade Gratuita, essa conquista teria sido um desafio quase impossível para sua família, que enfrentava dificuldades para custear mensalidades universitárias.
Mariana nasceu prematura, pesando apenas 800g, e sua visão foi comprometida devido a um problema congênito. Superando as adversidades, a jovem curiosa e determinada, expressava interesse especial por notas musicais, melodias e compassos. Seu amor pela música é evidente nas aulas de canto, violão, teclado e até bateria.
“É muito bom fazer o Universidade Gratuita porque sem ele eu não conseguiria estar aqui nesse curso. Porque era muito difícil para minha mãe e meu pai poder me ajudar todo mês com a faculdade. E daí, quando surgiu essa oportunidade, a gente resolveu fazer. Música é o que eu gosto, o que eu me sinto feliz fazendo. Eu quero ser uma musicista, tocar em vários lugares”, conta Mariana, que também estuda francês, com o desejo de expandir suas apresentações e levar seu talento além das fronteiras do Brasil.
A professora de canto de Mariana, Giana Cervi, destaca a importância de programas de inclusão como esse para permitir que jovens como ela acessem o ensino superior e uma formação qualificada. “É essencial você oferecer essa possibilidade para pessoas que talvez se não tivessem esse recurso, não poderiam estudar. Um estudo de excelência onde ela tem acesso não só a questões musicais, a questão também de uma sala bem equipada, de uma universidade que oferece muitos recursos. Então é muito importante, na verdade eu acho que vai ser o grande diferencial na vida dela para agora e pro futuro também” comenta Giana.
Criado em 2023, o programa Universidade Gratuita deve alcançar a marca de 70 mil vagas de ensino superior em quatro anos. O Governo do Estado vai investir R$ 1,2 bilhão no período.
Somente no segundo semestre de 2024, mais de 23 mil estudantes foram beneficiados pelo programa Universidade Gratuita. Além de facilitar o acesso ao ensino superior, o programa exige que, ao final do curso, os alunos retribuam ao estado com uma contrapartida em trabalho, equivalente ao período de estudos financiado.
Para Fátima Catarina Barbi, coordenadora de Atenção ao Estudante da Univali, o programa não só amplia o acesso à educação, mas também enriquece o ambiente acadêmico com a diversidade dos alunos. “Tem sido emocionante transitar pelos corredores das universidades e perceber tantas realidades se cruzando, realidades sentando lado a lado em sala de aula. o que a gente percebe é que essa experiência universitária está mais enriquecedora, mais interessante, mais profunda e mais humana. E o ciclo virtuoso que o programa propõe faz com que toda a comunidade catarinense acabe sendo impactada. Porque esse aluno vem para universidade, adquire o conhecimento e devolve para comunidade na forma da contrapartida”, observa Fátima.
Fonte: Governo de Santa Catarina