Exposição em Blumenau explora autismo feminino e desconstrói estereótipos

Videoinstalações das irmãs Ana Carolina e Andréia Peres aborda o diagnóstico tardio e propõe uma releitura sobre o espectro autista.

Videoinstalação diagnóstico | Foto: Andréia Peres

A exposição Diagnóstico [o corpo político da mulher no processo de identificação do espectro autista], composta por videoinstalações, está aberta ao público até 4 de outubro em Blumenau. O projeto apresenta uma videoarte single-channel, que combina performance e narrativa visual para explorar o diagnóstico tardio do autismo em mulheres.

As obras podem ser visitadas nos blocos J e R do Campus I e na biblioteca do Campus II da Universidade Regional de Blumenau (FURB), além do Espaço de Convivência da UNISOCIESC. A entrada é gratuita e as visitas ocorrem de segunda a sexta-feira, das 15h às 22h, com acessibilidade garantida através de audiodescrição e sinalização tátil em Braille.

Videoinstalação diagnóstico | Foto: Andréia Peres

Criada pelas irmãs Ana Carolina e Andréia Peres, a obra registra a experiência pessoal de Ana, que foi diagnosticada com autismo aos 31 anos. As imagens, capturadas por Andréia usando apenas um smartphone, documentam essa jornada em formato de videoarte, apresentada em loop. A exposição critica os estereótipos do autismo, que é frequentemente associado apenas a crianças do sexo masculino, ignorando os desafios enfrentados pelas mulheres.

A cor azul, que normalmente simboliza o autismo, é utilizada na exposição para questionar a visão tradicional e limitada do transtorno, que é muitas vezes moldada por uma sociedade patriarcal e carente de políticas socioculturais. A instalação traz o corpo e o movimento como parte da narrativa, transformando a trajetória de Ana em um diário visual e poético.

O projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, através da Prefeitura Municipal de Blumenau e da Secretaria Municipal de Cultura e Relações Institucionais, com apoio cultural das universidades FURB e UNISOCIESC.

Videoinstalação diagnóstico | Foto: Andréia Peres