Um esquema de falsos aluguéis de temporada no litoral norte de Santa Catarina lesou turistas e causou prejuízos desde 2018. Criminosos divulgavam anúncios fraudulentos em plataformas virtuais conhecidas, atraindo vítimas que buscavam imóveis para veraneio. Após realizarem o pagamento, as vítimas não recebiam o serviço, e o dinheiro era transferido para contas de intermediários, conhecidos como “laranjas”, com o intuito de dificultar o rastreamento dos valores.
Para desmantelar essa organização criminosa, o Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGAECO) e a Delegacia de Polícia Civil de Bombinhas deflagraram, nesta terça-feira (17/09/24), a segunda fase da Operação Anúncio Fake, com o apoio do GAECO do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS).
Segunda fase da operação
A nova etapa da operação teve como objetivo cumprir seis mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão nas cidades gaúchas de Porto Alegre, Esteio e Alvorada. As ordens foram emitidas pela Vara Regional de Garantias da Comarca de Balneário Camboriú, após solicitação da Delegacia de Bombinhas e da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Porto Belo, com base em um relatório investigativo do CyberGAECO.
Nesta fase, além da prisão dos suspeitos, a operação visa o bloqueio de bens para recuperação de parte dos prejuízos causados. Foram bloqueados R$ 150 mil em contas bancárias dos investigados, imóveis foram tornados indisponíveis, e veículos registrados ou na posse dos envolvidos também foram apreendidos. Criptoativos controlados pelos suspeitos estão igualmente bloqueados.
A ação contou com a participação de Policiais Civis de Santa Catarina e de integrantes dos GAECOs de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, reforçando a cooperação entre as forças de segurança no combate a esse crime.
Primeira fase da Operação
A primeira fase da Operação Anúncio Fake foi deflagrada em 13 de setembro de 2023, com o objetivo de desarticular a quadrilha. Na ocasião, dois mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.
O grupo utilizava plataformas virtuais conhecidas para divulgar os falsos aluguéis, dando credibilidade às ofertas fraudulentas. A investigação inicial possibilitou a identificação dos “laranjas” envolvidos na ocultação do dinheiro desviado das vítimas. Esse avanço foi fundamental para a continuidade da operação e para atingir os líderes da organização criminosa.
Com o andamento da segunda fase, as autoridades esperam concluir o desmantelamento completo do grupo, responsabilizando os envolvidos e buscando reparar os prejuízos sofridos pelas vítimas.
GAECO e CyberGAECO
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas – GAECO – é uma força-tarefa composta, em Santa Catarina, pelo Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar, e tem como finalidade a identificação, prevenção e repressão às organizações criminosas.
O CyberGAECO é uma força-tarefa especializada, inserida na estrutura do GAECO, formada por integrantes do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Rodoviária Federal e do Corpo de Bombeiros Militar, para identificar, buscar prevenir e reprimir infrações penais praticadas em ambientes virtuais.
