O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou a extinção definitiva do processo antidumping sobre fios texturizados 100% poliéster. A decisão encerra anos de disputas e debates jurídicos, refletindo uma mudança nas políticas comerciais do governo em relação à indústria nacional.
O Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), com o apoio jurídico de Roberto Kanitz, da Uno Trade, esteve ativamente envolvido no processo, incluindo reuniões com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. O diretor executivo do Sintex, Renato Valim, destacou que a produção interna não atende às necessidades do setor, reforçando a importância de proteger os interesses das empresas têxteis brasileiras.
A investigação, originalmente solicitada pela UNIFI e apoiada pela ABRAFAS, abordou preocupações sobre concorrência desleal e impactos à produção local. Contudo, uma coalizão formada por entidades de diferentes segmentos da cadeia têxtil demonstrou que as medidas antidumping traziam desafios complexos para a economia do país.
Diversas entidades, como o SINTEX, SINDITEC, SINDIVEST, SINDIVESTIL, ABRATEX, ABICOL, ACIBr, FIEMS, FIESC e SIFITEC, mobilizaram-se para alertar o governo sobre o risco de perda de milhares de empregos. A suspensão temporária do antidumping foi vista como uma vitória para o setor, evidenciando a força da união entre as entidades na defesa de interesses comuns.
O parecer SEI nº 2.671/2024/MDIC, que embasa a decisão de extinguir o antidumping, avaliou o impacto sobre a cadeia produtiva têxtil e o mercado de trabalho. A decisão visa preservar a competitividade e a diversidade do setor, evitando a criação de monopólios.
Empresas de pequeno e médio porte, muitas delas familiares, são vistas como as maiores beneficiadas pela medida, dado o papel crucial do fio de poliéster em suas operações. O mercado reagiu positivamente à notícia, com expectativas de estabilidade e crescimento para a indústria.
Essa decisão do governo ilustra como políticas públicas alinhadas com os interesses do setor produtivo podem estimular o desenvolvimento industrial e econômico. O caso também ressalta a relevância do diálogo entre governo, indústria e trabalhadores na busca de soluções que equilibrem as necessidades de todas as partes envolvidas.
Com o fim do processo antidumping, abre-se uma nova fase para a indústria têxtil brasileira, marcada por expectativas de inovação, produtividade e competitividade. O setor agora se prepara para contribuir ainda mais com a geração de empregos e o fortalecimento econômico do país, consolidando sua posição no cenário global.