Fenômeno da “Chuva Preta” alerta Santa Catarina sobre impactos ambientais

Defesa Civil reforça cuidados com a saúde devido à precipitação misturada com fuligem das queimadas no Brasil.

Foto: Airton Fernandes [SDC]

Santa Catarina entrou em alerta após o registro do fenômeno conhecido como “chuva preta”, marcado pela precipitação de água misturada com fuligem e cinzas provenientes das queimadas que atingem o Centro-Norte do Brasil. Maravilha, no Oeste catarinense, foi o primeiro município a registrar a ocorrência, que já vinha sendo monitorada pela Central de Defesa Civil do estado.

O fenômeno é causado pela presença de partículas de fumaça e cinzas que se dispersam na atmosfera, deslocando-se para o Sul do país. Essas partículas acabam se misturando com a chuva, o que faz com que a água, ao tocar o solo, apresente uma coloração escurecida. A fumaça resultante das queimadas já vinha sendo observada em diferentes regiões de Santa Catarina, afetando a qualidade do ar.

A previsão meteorológica indica que o fenômeno pode se repetir em outras cidades catarinenses entre quinta e sexta-feira (12 e 13/09/24), com a chegada de uma frente fria, conforme explica Felipe Theodorovitz, meteorologista e chefe da Defesa Civil estadual. Segundo ele, a precipitação começou nas áreas de divisa com o Rio Grande do Sul e deverá avançar para outras regiões do estado ao longo do fim de semana.

Embora o termo “chuva preta” sugira algo visível, especialistas ressaltam que a coloração escura não é percebida diretamente durante a queda da chuva, mas sim ao entrar em contato com o solo, onde a fuligem fica acumulada.

Riscos à saúde e recomendações da Defesa Civil

A Defesa Civil de Santa Catarina emitiu alertas sobre os riscos à saúde associados à “chuva preta”, que pode conter substâncias tóxicas e perigosas. A exposição à fuligem misturada à água da chuva pode afetar especialmente o sistema respiratório. “A chuva preta pode conter compostos tóxicos, e recomendamos que as pessoas evitem o contato direto com a água e que essa água não seja utilizada para consumo ou higiene pessoal”, enfatizou Felipe Theodorovitz.

Entre as principais recomendações da Defesa Civil estão:

  • Evitar exposição direta à chuva, permanecendo em locais fechados sempre que possível.
  • Não utilizar a água da chuva para consumo, higiene pessoal ou atividades domésticas, como lavar roupas e louças.
  • Manter portas e janelas fechadas para impedir a entrada de fuligem nos ambientes internos.
  • Utilizar máscaras ou lenços para cobrir o nariz e a boca, especialmente para pessoas com problemas respiratórios, como asma ou bronquite.

Desde a previsão da ocorrência, equipes de monitoramento da Secretaria da Proteção e Defesa Civil, em parceria com órgãos ambientais, têm acompanhado de perto a qualidade do ar e as condições meteorológicas em Santa Catarina. A instituição reforça que os cidadãos devem ficar atentos aos alertas emitidos pelos canais oficiais, como o site e aplicativos da Defesa Civil, que oferecem orientações em tempo real sobre as condições climáticas e de qualidade do ar.

O fenômeno da “chuva preta”, apesar de ser raro na região, destaca a necessidade de preparação para eventos climáticos adversos e a importância do monitoramento contínuo, tanto para minimizar os impactos na saúde pública quanto para garantir a segurança da população.