As mais recentes projeções populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que Santa Catarina atingirá seu ápice populacional em 2063, quando deverá alcançar 10.533.855 habitantes. A partir de 2064, no entanto, o estado começará a ver sua população diminuir, com uma estimativa de 10.443.899 pessoas em 2070. Este declínio se dará em um cenário onde a dinâmica demográfica catarinense será marcada por uma combinação de alta expectativa de vida e taxa de fecundidade abaixo da reposição populacional.
As informações foram divulgadas pelo IBGE nesta quinta-feira (22/08/24). O Censo Demográfico de 2022 revelou que Santa Catarina contava com 7.610.361 habitantes, enquanto as estimativas para aquele ano indicavam uma população de 7.796.817 pessoas, já levando em conta dados recentes de nascimentos, óbitos e migração. Esses números colocam o estado como o penúltimo a começar o processo de retração populacional no Brasil, com apenas Roraima iniciando o declínio no mesmo ano, e Mato Grosso após 2070.
A projeção populacional de Santa Catarina é reflexo de uma esperança de vida crescente. Em 2022, a expectativa de vida ao nascer no estado era de 76,9 anos, a segunda maior do Brasil, superada apenas pelo Distrito Federal, com 78,8 anos. Para 2070, estima-se que os catarinenses viverão, em média, 84,2 anos, ainda ocupando a segunda posição no ranking nacional, atrás novamente do Distrito Federal, cuja expectativa de vida deverá alcançar 84,6 anos.
Além disso, a taxa de fecundidade em Santa Catarina é um fator determinante para a mudança na dinâmica populacional. Desde o ano 2000, o estado mantém uma taxa de fecundidade abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher. Em 2022, a taxa catarinense era de 1,62, e a projeção indica que essa taxa deve atingir seu valor mais baixo, 1,46, em 2048. A partir de então, é esperada uma leve recuperação, com a taxa alcançando 1,50 em 2070, convergindo para o mesmo patamar de outras regiões do país.
Outro dado importante é a idade média das mães ao dar à luz em Santa Catarina, que em 2022 era de 28,8 anos, a quarta maior do Brasil. Esse indicador deverá continuar crescendo, com uma projeção de que, em 2070, a idade média das mães catarinenses ao terem seus filhos será de 31,3 anos, refletindo uma tendência nacional de maternidade mais tardia.
As mudanças demográficas projetadas pelo IBGE são essenciais não apenas para o planejamento e a implementação de políticas públicas, mas também para a alocação de recursos federais. As projeções populacionais alimentam as bases de dados utilizadas pelo Tribunal de Contas da União para a distribuição das quotas do Fundo de Participação dos Estados e Municípios.
No âmbito nacional, as projeções do IBGE apontam que a população do Brasil começará a declinar a partir de 2042, após atingir seu pico de 220,4 milhões de habitantes em 2041. Santa Catarina, no entanto, seguirá crescendo até 2063, refletindo sua alta qualidade de vida e taxas intermediárias de fecundidade. Essa projeção coloca o estado em uma posição única no contexto brasileiro, onde as variações demográficas exigirão adaptações em diversos setores, incluindo saúde, educação, previdência e infraestrutura.
Com um crescimento populacional prolongado e uma posterior retração mais tardia, Santa Catarina enfrentará desafios e oportunidades singulares no cenário nacional, especialmente considerando sua elevada expectativa de vida e a transformação do perfil etário de sua população.