Antes de falar sobre a arte, que tal conhecer a história deste primeiro pouso? Para concretizar o sonho de ter o primeiro avião pousando em terras blumenauenses, o prefeito Antônio Cândido de Figueiredo (mandato de 1931/1933) fez um acordo com um senhor de sobrenome Boettger, dono de uma grande área de terras no bairro Itoupava Seca. Elas se localizavam próximas ao Rio Itajaí-Açú, onde atualmente está a Rua Coronel Federsen. Houve um acerto entre as partes e a Prefeitura preparou um campo de pouso naquele local.
Foi então marcada a data de 7 de maio de 1932 para a chegada do primeiro avião a Blumenau (alguns registros dão como sendo no dia 5 de maio). Ele deveria chegar às 4 horas da tarde daquele dia, conforme informavam telegramas chegados de São Paulo. Chovia, mas mesmo assim mais de 100 pessoas se dirigiram à Itoupava Seca para vê-lo pousar.
Impaciente, a pequena multidão teve que enfrentar um atraso de duas horas para então avistar a silhueta de um avião que se aproximava em direção da pista. Antes, porém, nas imediações do Morro da Boa Vista, o avião guinou para a direita e retornou pelo nordeste para então aterrissar suavemente. Um grande silêncio reinou por alguns segundos, encerrando o suspense da platéia. E então foram dados muitos vivas ao capitão Holand, piloto e dono do avião, que vinha acompanhado do Sr. Joachim Von Ribbeck , organizador do futuro Aereo Loyd Iguassu Fluggesellschaft, organização que tinha a intenção de implantar um serviço de transporte de passageiros e pequenas cargas, inclusive de facilitar a chegada dos jornais do Rio e São Paulo a Blumenau.
A imagem de cima é a original. Inspirado nela, o carioca André Durante (42), residente em Blumenau há 30 anos, deu cores à esta antiga imagem em preto e branco. Ele dedicou 8 horas de terça-feira (6/01/15) para fazer o trabalho. André se diz blumenauense e catarinense de coração, com muito orgulho.
Essa foi a sua primeira restauração, mas já desenvolveu vários trabalhos como designer gráfico para cervejarias artesanais da região. Na Oktoberfest foi no setor 1 e Biergarten, menos nas áreas das Cervejarias Eisenbahn e Das Bier.
Perguntei sobre qual foi o critério na escolha das cores utilizadas no avião, roupas, etc… André disse que deduziu pelo tom da foto porque não tinha referência de como seria a real. Mas se comprometeu, caso ele descubra as originais, em refazer o trabalho. Ficou muito legal André, não se preocupe.
A parte histórica deste texto, foi reproduzida de uma matéria escrita pelo jornalista Carlos Braga Mueller para o blog de Adalberto Day. Aliás super recomendo a leitura diária deste grande trabalho sobre a história de Blumenau que ele faz.