A Federação das Indústrias de SC (FIESC) encomendou ao engenheiro Ricardo Saporiti uma análise sobre as obras de duplicação da BR-470. O resultado apontou dois pontos preocupantes para uma rodovia tão importante para Santa Catarina: defeitos na pista no trecho já concluído e o ritmo de conclusão da obra.
O documento, elaborado no início do mês de junho, faz uma análise sucinta da situação física das obras e serviços de duplicação; restauração da pista existente; implantação de ruas laterais e a recuperação, reforço, reabilitação e construção de pontes, viadutos e obras complementares. O trecho de 73,2 km, abrange os municípios entre Navegantes e Indaial, nos quatro lotes.
A despeito das precauções técnicas adotadas para trechos da obra executados sobre subleitos de solos moles, já se observam adensamentos das bases do pavimento nas novas pistas de rolamento nos lotes 1 e 2.
“O trabalho confirma a percepção do usuário quanto à qualidade do serviço entregue, muito aquém do esperado e que não condiz com a importância deste corredor logístico essencial para Santa Catarina”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.
Saporiti destaca ainda que, considerando-se o atual ritmo das obras e serviços nos lotes 3 e 4, a conclusão no prazo previsto não será cumprida. “É muito preocupante. A nossa estimativa, considerando o andamento atual da obra – especialmente no subtrecho entre Blumenau e Indaial -, é de que o lote 4 só será concluído daqui a 6 anos e 2 meses, o que sinaliza a necessidade de renegociação urgente do contrato”, salienta.
As desapropriações de imóveis e a realocação da tubulação da SCGás estão entre os principais entraves ao avanço dos trabalhos nos lotes 3 e 4. Saporiti explica que o serviço de realocações em aproximadamente 6.000 metros de tubulação de gás natural, também tem prejudicado o desenvolvimento das obras rodoviárias contratadas, especialmente no lote 3.
Pelas estimativas da análise, os prazos mais prováveis de conclusão por trecho são: Lote 1- Junho de 2025; Lote 2- Março de 2025; Lote 3- Outubro de 2026 e Lote 4- Junho de 2030.
O presidente da Câmara de Transporte e Logística da FIESC, Egídio Martorano, explica que o estudo será enviado aos deputados estaduais e para a Frente Parlamentar Catarinense, bem como para o DNIT, ANTT e Ministério dos Transportes. “A FIESC defende que a previsibilidade de recursos é essencial para que o DNIT possa fazer a gestão dos contratos. Para isso, é importante que os parlamentares catarinenses articulem a destinação de recursos do Ministério do Transporte e de emendas individuais e coletivas para que se possa manter o nível de investimentos que tivemos em 2023, quando foram aplicados mais de R$ 1 bilhão em rodovias federais em SC”, explicou.
Fonte: FIESC