O IBGE divulga em junho a versão completa do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE) com os principais atributos dos 106,8 milhões de endereços do país. Dos 4 milhões de endereços em Santa Catarina, quase 1 milhão não estão totalmente formalizados pelos poderes públicos municipais – 981,5 mil estão sem número e 129,3 mil não possuem denominação de logradouro.
A publicação contempla os agregados por CEP, uma das novidades do Censo 2022, e detalhamento dos microdados como nome do logradouro, localidade, número, tipo de edificação, espécie da unidade visitada e nomes dos estabelecimentos, entre outros.
Esta foi a segunda vez que o Cadastro foi totalmente atualizado e é a primeira 100% georreferenciado, com as coordenadas de cada endereço. No estado, os recenseadores foram a campo com uma lista prévia de 3,3 milhões de endereços.
Dos 4 milhões, 70,6% (2,8 milhões) foram confirmados, 29,4% (1,2 milhão) incluídos e 12% (485 mil) excluídos. Pelas plataformas do IBGE, toda a população pode buscar por seu endereço através do nome da rua e número, do CEP ou nome do estabelecimento: “Se o endereço foi visitado, existe no CNEFE.”, pontua Eduardo Baptista, gerente nacional do CNEFE.
“É importante ressaltar que todo o Cadastro foi observado e supervisionado pelos recenseadores em campo, e não apenas importado de algum lugar. Este é um diferencial que só o CNEFE tem”, explica Paulo Renato Albernaz Gonçalves, responsável pelo CNEFE em SC.
Além disso, neste Censo, foi realizado um pareamento com o Diretório Nacional de Endereços obtido em parceria com os Correios que possibilitou ao IBGE aprimorar os registros de CEP, sendo possível ver quantos domicílios e estabelecimentos estão vinculados a cada um dos mais de 931,5 mil CEPs do país (40,4 mil deles em SC), demanda de diversos usuários destas bases de dados.
Usos e Aplicações
Principal acervo de endereços do país de abrangência nacional e acesso público, o CNEFE é fundamental para planejar as pesquisas, orientar os recenseadores durante a operação censitária e estruturar as amostras das pesquisas domiciliares do IBGE, como a PNAD contínua, por exemplo. O Instituto também prevê a utilização da base de dados para difundir e disseminar a coleta via internet nos próximos Censos, como já realizada neste de 2022 de forma mais pontual.
Uma importante aplicação de uso é o da sobreposição de camadas de outras plataformas que tem auxiliado, por exemplo, à Defesa Civil no enfrentamento de tragédias. Em 21 de maio, o IBGE antecipou a liberação dos microdados do CNEFE para ajudar os órgãos governamentais na identificação de endereços atingidos pelos alagamentos no Rio Grande do Sul. Abaixo, um recorte do município de Lajeado retrata que na área alagada havia 4,6 mil domicílios particulares, 82 edificações em construção, 30 estabelecimentos de saúde, 15 de ensino e 825 com outras finalidades.
Externamente, o CNEFE também permite que outras instituições desenhem suas bases amostrais, servindo de insumo para seleção de amostras, estudos acadêmicos, etc. Aos diversos usuários é possível: categorizar os estabelecimentos por palavras contidas no nome, como espírita, evangélica, etc, na espécie religioso; verificar a cobertura assistencial com a descrição dos nomes de estabelecimentos de ensino e de saúde em uma determinada localidade; identificar áreas de verticalização, observando a concentração do tipo de edificação e número de domicílios por área ou quadra; obter detalhes dos estabelecimentos em construção por suas finalidades de uso.
Endereços por tipo de logradouro
Por tipo de logradouro, mais de 3 milhões dos endereços catarinenses estão localizados em ruas (76,3%), 339,8 mil em estradas (8,4%), 239,9 mil em avenidas (5,9%), 125,6 mil em rodovias (3,1%), 33,1 mil em travessas (0,8%), 3,6 mil em alamedas (0,09%), 1,3 mil em fazendas (0,03%), 430 em sítios (0,01%) e 2 em povoados.
No cenário brasileiro, os endereços em ruas também lideram, com 67,7%. Há mais endereços em avenidas (10%) que em estradas (6,6%), e em travessas (2,8%) que em rodovias (1,5%). Endereços em fazendas (1,2%) e sítios (1,2%) também são superiores àqueles em povoados (0,75%) que, diferente de Santa Catarina, superam o de alamedas (0,72%).
696,7 mil endereços catarinenses estão em condomínios
Santa Catarina possui 696,7 mil endereços situados em arranjos condominiais, definidos pelo IBGE como copropriedades entre diferentes pessoas de um mesmo imóvel: 37,6% deles (262 mil) possuem entre 6 e 20 domicílios; 26,2% (182,8 mil) entre 21 e 50 domicílios; 14,9% (103,9 mil) entre 51 e 100 domicílios e 21,2% (147,9 mil) acima de 100 domicílios.
Endereços por finalidade de uso
Por finalidade de uso, 83,1% dos endereços catarinenses são destinados à moradia, 3,47 milhões domicílios particulares e 4,7 mil domicílios coletivos, que inclui presídios, mosteiros, repúblicas estudantis, etc.
Além dos domicílios, dividindo por espécie (finalidade de uso do estabelecimento), o Censo registrou 171,3 mil estabelecimentos agropecuários (4,1%); 406,3 mil estabelecimentos com outras finalidades (9,7%), categoria que inclui os comércios e serviços; 8,4 mil estabelecimentos de ensino (0,2%); 10,4 mil estabelecimentos de saúde (0,2%, 1 para cada 728 habitantes); 16,2 mil estabelecimentos religiosos (0,4%) e 93,2 mil edificações em construção ou reforma (2,2%).
Tanto no país quanto no estado, o número de estabelecimentos religiosos supera o de estabelecimentos de ensino e de saúde. Os 479,8 mil estabelecimentos religiosos no país correspondem a 0,5% do total de endereços, e no estado, os 16,2 mil equivalem a 0,4%.
Os dados podem ser visualizados na Plataforma Geográfica Interativa (PGI) e no Panorama do Censo 2022.