A meteorologista Gilsânia Cruz, do Epagri/Ciram, começa a análise do ano de 2014, lembrando que foi marcado por chuva próxima e acima da média climatológica em SC em boa parte dos meses, com curtos períodos sem chuva. O mês de junho foi o mais chuvoso, com acumulado acima de 500 mm no Oeste, Vale do Itajaí e Planalto Norte, o que representa o dobro e o triplo do esperado para o mês. Essa chuva provocou duas enchentes em menos de 20 dias, uma entre os 05 e 09/06 no Vale do Itajaí, e a outra na última semana do mês no Vale do Rio do Peixe, a pior deste de 1983, atingindo em menores proporções o Planalto Sul e novamente o Vale do Itajaí.
Outro mês que se destacou em termos de chuva foi setembro, sobretudo no Oeste, com quebra de recorde mensal em São Miguel do Oeste com 470,6 mm, o anterior era 414,1 mm em setembro de 2009. Ponte Serrada, localizada no Meio Oeste, registrou num só dia (24h) 100,2mm (29/09), sendo o recorde de precipitação para este período da estação.
Os meses mais secos em boa parte do Estado foram fevereiro e outubro, exceto no Planalto Sul e Litoral Sul, onde a chuva superou a média climatológica desses meses.
A primavera começou com temporais frequentes, acompanhados de ventania e granizo, especialmente no mês de setembro e primeira quinzena de outubro. O caso mais significativo de granizo ocorreu no dia 13/10 e atingiu em grande concentração a cidade de Lages e os municípios vizinhos, devido a uma tempestade convectiva severa.
Em relação à temperatura pode-se dizer que o ano começou quente, com influência de uma intensa onda de calor que durou quase 20 dias entre os meses de janeiro e fevereiro, histórica em SC. O padrão mais quente seguiu nos meses de outono, inverno e especialmente na primavera. No inverno foram poucos dias de frios, as massas de ar frio de origem polar que atingiram o Sul do Brasil, rapidamente se deslocaram para o oceano, deixando 1 a 3 dias em média com temperaturas mais baixas, intercalando com períodos mais aquecidos.
A neve neste ano foi pouca, apenas um episódio no dia 25/07 nas cidades de Urupema e Morro da Igreja, na serra catarinense. A temperatura mais baixa do Estado foi registrada em Urupema, -8,3ºC no dia 13/08.
Fonte: Epagri/Ciram