Nesta quarta-feira (20/12/23), a Fiocruz, através de seu Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), no Rio de Janeiro (RJ), celebrou um acordo com a Pfizer Brasil para a transferência tecnológica do medicamento citrato de tofacitinibe, um genérico do Xeljanz®. O objetivo é fortalecer a produção nacional e expandir o acesso ao tratamento de doenças inflamatórias imunomediadas, como a artrite reumatoide, que são desencadeadas por desequilíbrios do sistema imunológico.
Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, expressou grande satisfação com a parceria, destacando-a como um passo estratégico para ampliar o acesso à saúde e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Complexo Econômico e Industrial da Saúde do Brasil.
A Fiocruz aponta que a parceria alinha-se com a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico Industrial da Saúde, estabelecida pelo Decreto nº 11.715, de 26/9/2023. O acordo visa expandir a produção nacional de itens prioritários para o SUS e diminuir a dependência brasileira de importações de medicamentos e insumos.
O Xeljanz®, já aprovado e incorporado ao SUS no Brasil, opera inibindo a janus quinase (JAK), uma proteína chave em processos inflamatórios de doenças imunomediadas, e foi o primeiro tratamento oral para artrite reumatoide. Marta Díez, presidente da Pfizer Brasil, ressaltou que mais de 12 mil pacientes já se beneficiam do Xeljanz na rede pública de saúde do país. Ela enfatizou a importância da parceria em ampliar o alcance do tratamento e reforçar o compromisso com a saúde pública brasileira.
A transferência tecnológica ocorrerá em fases, começando com o registro do clone da molécula do medicamento, que já foi submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A aprovação permitirá que Farmanguinhos/Fiocruz forneça o genérico ao SUS, conforme a demanda do Ministério da Saúde.
Jorge Mendonça, diretor do Instituto de Tecnologia em Fármacos, destacou a importância dessa colaboração para a produção de medicamentos de alto valor agregado, facilitando o acesso a tratamentos para doenças graves.
A artrite reumatoide, foco do tratamento, é mais comum em mulheres entre 30 e 50 anos, com fatores de risco incluindo histórico familiar. Os sintomas envolvem dor e inchaço nas articulações, podendo levar a danos irreversíveis se não tratados.