Um kit fabricado pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná foi o segundo autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a identificar e diagnosticar a febre maculosa. O produto utiliza a técnica PCR, que permite a detecção do material genético de bactérias transmitidas pela picada do carrapato-estrela infectado.
Segundo determinação da Anvisa, o teste deve ser realizado por profissionais da área de saúde com conhecimento específico em biologia molecular. A febre maculosa é transmitida pela picada de carrapato-estrela infectado e não passa diretamente de pessoa para pessoa, nem pelo contato com animais infectados.
Os humanos costumam ser apenas hospedeiros acidentais. Os preferidos da bactéria da febre maculosa são os equídeos, como cavalos, mas pode também parasitar bovinos, animais domésticos e silvestres.
Entre os sintomas, estão, além da febre, dores de cabeça e muscular, mal-estar, náuseas, vômitos, manifestações hemorrágicas e manchas avermelhadas na pele.
Até o dia 13 de julho, o Brasil já tinha registrado 49 casos da doença em 2023, de acordo com a atualização do Ministério da Saúde feita no dia 13 de junho. Desse total, seis evoluíram para a morte do paciente.
A Região Sudeste é a que concentra a maioria dos registros, com 25, sendo oito no Espírito Santo, sete em São Paulo, seis no Rio de Janeiro e quatro em Minas. Em 2022, foram registrados 190 casos da doença no Brasil, com 70 mortes.
Santa Catarina registrou 18 casos da febre maculosa em 2023. Os quadros apresentados, no entanto, foram de menor intensidade e não resultaram em mortes. O motivo, segundo o governo do Estado, é porque a bactéria encontrada por aqui, Rickettsia parkeri, produz quadros menos graves da doença.
Já a que causa os casos mais graves leva o nome de Rickettsia rickettsii, a maioria encontrada em ambientes de Mata Atlântica. Entre os animais que normalmente carregam o carrapato-estrela estão as capivaras.
A transmissão acontece quando o animal infectado fica aderido ao corpo da pessoa ou também pela penetração das bactérias em lesões de pele, através do esmagamento do carrapato. No Brasil, o principal vetor da febre maculosa é o carrapato-estrela, que é encontrado especialmente em capivaras.