No dia 16 de junho, foi emitido o boletim mais recente do International Research Institute for Climate and Society (IRI), da Universidade de Columbia nos Estados Unidos, sobre o El Niño. A previsão indica que o fenômeno deve se estabelecer no início do segundo semestre e continuar durante a primavera.
O IRI emite boletins mensais e atualizações semanais com informações sobre as condições esperadas do fenômeno nos próximos meses. A probabilidade de ocorrência do El Niño é estimada entre 90% e 96% nos meses de junho, julho, agosto, setembro e outubro de 2023. A probabilidade diminui para 94% nos meses de setembro, outubro e novembro, e para 90% no trimestre compreendido por outubro, novembro e dezembro.
O que o El Niño traz para Santa Catarina?
Em anos de El Niño, em geral chove mais no Sul do Brasil, devido à mudança no padrão de circulação geral da atmosfera. O último ano de registro do fenômeno foi 2016 e, apesar de cíclico, não é possível determinar de quantos em quantos anos o mesmo ocorre.
É comum formar-se nos segundos semestres de cada ano e durar, em média, até 2 anos, podendo variar seu tempo de duração. Para saber mais sobre a previsão para SC, neste inverno de 2023, acesse o site da Epagri/Ciram (leia). Ressalta-se que tais informações são atualizadas no final de cada mês, quando se reúne o Fórum Climático de SC.
Como se verifica a formação do El Niño?
O fenômeno ENOS (El Niño-Oscilação Sul) é na verdade o aquecimento anômalo e também persistente da superfície do oceano Pacífico Equatorial, desde a costa peruana (Niño 1 + 2) até o meio do Pacífico Equatorial (Niño 3 + 4), como mostra a Figura 1. Ou seja, as águas da superfície do mar nesta região ficam pelo menos 0,5°C mais aquecidas em relação à média climatológica, por um período de pelo menos 5 meses seguidos.
Em anos de El Niño, os ventos alísios, na região do Pacífico Equatorial, ficam mais enfraquecidos, o que inibe a ressurgência de água fria para a superfície do mar na costa oeste da América do Sul, o que mantém as águas mais aquecidas nas camadas superiores do oceano, resultando em temperatura da superfície do mar acima da média climatológica. Os alísios apresentam direção de deslocamento de leste a oeste e rajadas constantes, na região Equatorial, provenientes dos 2 hemisférios, como mostra a Figura 2.
Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina