Calor intenso aumenta risco de eventos cardiovasculares

Altas temperaturas requerem atenção especial para pessoas com problemas no coração, diabetes e pressão alta.

Por Leda Sangiorgio

O calor intenso pode ser prejudicial para a saúde cardiovascular, em especial para quem já tem doenças crônicas como diabetes, hipertensão arterial e doenças cardíacas, como arritmias e insuficiência. Segundo a cardiologista Dra. Daniele Salas (CRM: 95855-SP), todo mundo está sujeito a sofrer um infarto do miocárdio, mas a chance é maior em pessoas com fatores de risco associados.

“Entre essas condições podemos citar diabetes, hipertensão arterial, colesterol alto, aterosclerose, arritmias, insuficiência cardíaca e outras patologias que afetam o coração. Quando o termômetro marcar 32 graus Celsius, é preciso ficar atento aos sintomas e sinais”.

Sangue grosso

O risco de eventos cardiovasculares nos dias mais quentes está relacionado a algumas situações. “Uma delas é que o calor leva à perda de líquidos, já que suamos mais para controlar a temperatura corporal. A desidratação causa a vasoconstrição, ou seja, os vasos sanguíneos ficam mais estreitos com o objetivo de manter a pressão arterial. Entretanto, esse processo acaba deixando o sangue mais grosso e eleva os batimentos cardíacos”, explica a cardiologista.

Durante um dia de muito calor, em resumo, o corpo trabalha de forma dobrada para manter todas as nossas funções básicas. Esse esforço acelera o ritmo cardíaco, pois o coração precisa compensar esse gasto maior de energia.

De olho na pressão arterial no litoral

Outro problema que pode ocorrer é que no litoral a pressão costuma abaixar devido ao nível da pressão atmosférica, que nas cidades praianas é menor.

“O perigo, nesses casos, é que as pessoas hipertensas tomam medicamentos para controlar e reduzir a pressão arterial. Portanto, para esse público em específico é precisa avaliar junto ao cardiologista quais os riscos e o paciente pode fazer para evitar a hipotensão”, diz Dra. Daniele.

A consulta com o cardiologista, para quem já tem doenças cardiovasculares, deve ser feita antes da pessoa sair de férias para uma avaliação do esquema medicamentoso.

Atenção aos sinais

Infarto

  • Dor no peito, branco ou maxilar
  • Tontura
  • Cansaço
  • Suor frio
  • Azia, má digestão, enjoo e vômito
  • Pressão no peito e falta de ar

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

  • Fraqueza muscular de um lado do corpo
  • Perda súbita da visão ou visão dupla ou embaçada
  • Dificuldade para falar
  • Tontura
  • Dor de cabeça
  • Perda do equilíbrio
  • Confusão mental

Previna-se

Além de procurar o cardiologista, é preciso tomar alguns cuidados nas férias de verão

  • Caprichar na hidratação
  • Evitar a exposição ao sol, principalmente quando a temperatura estiver acima dos 30 graus Celsius
  • Usar bonés, chapéus e protetor solar
  • Evitar esforços físicos intensos durante dias com altas temperaturas
  • Evitar consumo excessivo de sal e sódio
  • Investir em alimentos leves, como frutas, saladas, castanhas
  • Evitar frituras e alimentos gordurosos em geral

Vale reforçar que pacientes com insuficiência cardíaca têm restrições de consumo de líquidos. Portanto, no verão é preciso avaliar junto ao cardiologista uma adaptação para a necessidade maior de hidratação, mas que não coloque em risco o tratamento.