O verão deve ser mais quente e seco em Santa Catarina

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Ninguém gosta de lembrar do inferno que passamos neste começo do ano, onde as temperaturas nos ferveram durante semanas. A previsão do Epagri/Ciram, não parece ser das mais agradáveis para a temporada 2015, onde o verão inicia oficialmente no dia 21 de dezembro, às 20h03min. Calendário é uma convenção, e a natureza não segue as regras dos humanos.

Acompanhe os dados que foram divulgados pelos meteorologistas Gilsânia Cruz e Marcelo Martins.  Eles elaboraram um boletim, baseado na Previsão do Fórum Climático do EPAGRI/CIRAM e IFSC realizado neste ano em Florianópolis.

Estiagem

A previsão para os próximos três meses é de chuva próxima a abaixo da média climatológica em SC, com períodos de escassez de chuva e/ou estiagem, que podem comprometer a agricultura e pecuária, e o abastecimento de água especialmente das regiões Oeste, Meio Oeste, Vale do Itajaí e Litoral.

Porém, eventos de chuva intensa podem ocorrer no verão e em qualquer outra época do ano, com acumulados significativos de chuva em curto espaço de tempo, resultando em totais de chuva superiores à média climática mensal, o que, dependendo da vulnerabilidade da região, pode colocar a mesma em estado de atenção e/ou alerta.

Climatologia de chuva:

Dezembro marca a transição entre a primavera e verão e a média de chuva no Estado varia de 130 a 170 mm, sendo mais frequentes na segunda quinzena. Em janeiro e fevereiro, o regime de verão já está estabelecido e as chuvas convectivas (curta duração) ocorrem com maior frequência entre a tarde e noite, e por vezes na madrugada, e a média mensal é de 180 a 200mm.

As temperaturas devem manter a tendência dos últimos meses, acima da média climatológica no trimestre, com pelo menos duas a três ondas de calor mais intenso no verão, normal para época do ano.

Temperatura da Superfície do Mar (TSM):

No mês de outubro e novembro a TSM (Temperatura da Superfície do Mar) no Oceano Pacífico Equatorial, região de monitoramento do El Niño, permaneceu com valores acima da média climatológica em torno de 0,5ºC a 1,5ºC, como mostra as Figuras 1 e 2. Esse aquecimento continua indicando a evolução para a fase quente do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS) para dezembro.

Segundo as últimas previsões a chance do fenômeno se formar caiu para 58% com intensidade fraca. De qualquer forma não há trabalhos científicos que mostrem acréscimo de chuva no Sul do Brasil durante o verão, associado ao El Niño.

 

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Figura 1 – Anomalia da TSM nos oceanos Atlântico e Pacifico, em outubro de 2014

 

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Figura2 – Anomalia de TSM da última semana no oceano Pacífico, entre 16 e 22/11/2014.