Projeto reduz tempo de internação no Serviço de Emergência em hospital de Blumenau

Lean nas Emergências é um projeto do Ministério da Saúde para hospitais públicos e filantrópicos.

Foto: Yoana Carmo/Comunicação HSI

Em junho deste ano, foi implantado o projeto Lean nas Emergências do Hospital Santa Isabel de Blumenau. Através de técnicas de melhoria de processos, ele reduz o tempo de internação de pacientes no Serviço de Emergência. O projeto do Ministério da Saúde teve início em agosto de 2017 e é realizado por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) com o objetivo de reduzir a superlotação nas urgências e emergências de hospitais públicos e filantrópicos.

Foto: Yoana Carmo/Comunicação HSI

Para participar, um hospital precisa se inscrever. Após a seleção, se inicia a fase de implementação: uma dupla de profissionais realiza visitas quinzenais aos hospitais participantes para capacitar as equipes e implementar ações de melhoria. As atividades e processos desenvolvidos promovem a autonomia dos profissionais de saúde, resultando em melhora na passagem do paciente pelo serviço de urgência e emergência.

Andrea Santiago de Sousa, Coordenadora do Serviço de Emergência do Hospital Santa Isabel, conta que o tempo de espera do paciente melhorou em 30% desde a implementação do Lean nas Emergências: “O paciente é beneficiado porque é atendido mais rápido. O diagnóstico dele é feito mais rápido e ele pode ficar no local certo, de acordo com o que ele precisa. Então, ao reduzir o tempo de atendimento e o tempo de uma decisão clínica, melhoramos a qualidade de vida do paciente e o tempo de espera”.

Para que o projeto pudesse ser implementando, foi necessária a participação de todos os setores do hospital. A ideia da implantação no Hospital Santa Isabel surgiu por conta da superlotação no Serviço de Emergência, vista a referência que a instituição é para todo o estado e a alta procura de pacientes pelo atendimento aqui. Esse indicador serve para qualquer hospital público ou filantrópico que quer implementar esse projeto de melhoria.

“Como o Lean nas Emergências é uma estratégia do Ministério da Saúde, temos o conhecimento que deu certo em tantos hospitais. Assim, nos inscrevemos para trazer para o HSI. O projeto é Lean nas Emergências, então ele se inicia pelo Serviço de Emergência, mas como possui abordagem sistêmica, ele impacta muitas áreas do hospital”, completa Andrea Santiago de Sousa.

Foto: Yoana Carmo/Comunicação HSI

Implantação

A implementação do projeto também beneficia os colaboradores: “melhorou o ambiente de trabalho e você atende quem precisa de atendimento rápido. E quem não precisa de atendimento rápido é atendido também, mas é alocado para um local específico utilizando do fast tracking, que é a linha rápida de atendimento, voltada para pacientes com baixo risco serem atendidos pelo médico e liberados. Isso traz benefício para a equipe e para o paciente”, conta a Coordenadora do Serviço de Emergência.

A principal mudança é o tempo de permanência do paciente na instituição, que reduziu de maneira expressiva. O projeto também trouxe a implementação da Sala de Decisão Clínica, Sala Amarela (para pacientes que chegam em nível de urgência), e a implantação de um fluxista – enfermeiro que administra o fluxo de atendimento.

A implementação do Plano de Capacidade Plena também é uma ferramenta do Lean nas Emergências. O plano é composto por níveis de acionamento: quando a emergência começa apresentar lotação, todos os setores do hospital têm responsabilidade de agir para que não seja necessário acionar o nível 3, de contingência maior, significando um número acima de 30 pacientes internados.

Para Mateus Braz Michalack, Analista da Qualidade e Segurança do Paciente do Hospital Santa Isabel, o projeto trouxe a visão de um hospital sem paredes: “a gente tem toda a equipe do hospital engajada para reduzir essa superlotação. O Lean traz essa mudança de visão do pronto socorro, recebendo muito mais visibilidade como um processo essencial do hospital. Muitos processos foram ajustados e assim conseguimos ter uma visão melhor dos pacientes também.”

Com informações de Yoana Carmo, da Comunicação do HSI.