A obra Dinamene, de Maicon Tenfen, foi a grande vencedora do Prêmio Nacional Unicred de Literatura de 2022. A cerimônia de premiação começou às 13h30 desta quinta-feira (27/10/22) em Florianópolis (SC). O escritor é natural de Ituporanga (SC), mas mora há mais de duas décadas em Blumenau.
O enredo do livro explora uma lenda envolvendo uma das mais importantes obras da língua portuguesa e da literatura mundial, Os Lusíadas. Assim como na lenda, na obra de Maicon Tenfen o poeta Luiz Vaz de Camões enfrenta um grande dilema após ter que escolher entre salvar a obra de sua vida ou sua amada de um naufrágio. Na lenda, o poeta salvou o seu manuscrito, porém, na história de Maicon Tenfen, Camões decide salvar a bela Dinamene.
“A ideia desse livro é fazer essa aproximação entre o oriente e o ocidente, o oriente sendo representado pelos costumes chineses, pelo leque, usado por Dinamene na história, já o ocidente é representado pela poesia, pelo idioma, e esse encontro se dá em uma história de amor conturbada”, conta Tenfen. É com esse final diferente imaginado para a lenda que a obra do escritor catarinense se inicia.
O escritor falou sobre o quão feliz e honrado se sente pela premiação. “Parabenizo e sou muito grato a todos os envolvidos na realização do Prêmio Nacional Unicred de Literatura, pois essas iniciativas estimulam a produção cultural do nosso país”, agradece o autor.
A obra Dinamene também foi aprovada no Programa Nacional do Livro e do Material Didático, o chamado PNLD 2021, que atenderá o Ensino Médio. Os professores do Ensino Médio que desejarem adotar o livro para a realização de projetos de leitura podem solicitar os títulos gratuitamente através do PNLD. É possível que cada estudante tenha o seu exemplar de Dinamene.
A ilustração de capa é assinada por Rubens Belli e o livro contém 402 páginas para o público que gosta do gênero aventura. A obra foi publicada pelo Salto Grande Grupo Editorial.
Sinopse:
Conta-se que Camões enfrentou vários naufrágios em suas navegações pelo Oriente. O mais famoso se deu na foz do Rio Mekong, quando uma tempestade pôs a pique a caravela em que viajava. Na confusão que se seguiu, o poeta deparou com um dilema que atravessaria os séculos: de um lado, sumindo na imensidão das águas, viu a bolsa com o manuscrito d’Os Lusíadas; de outro, gritando por socorro, a sua amada Tin Na Men. A quem salvar? Considerando que hoje o resumo de um dos maiores épicos da literatura universal está em todos os manuais de Língua Portuguesa da Europa, América, África e Ásia, fica claro que Camões ignorou as súplicas da namorada e mergulhou para salvar o manuscrito.
Esse é o ponto de partida de Dinamene, com a importante diferença de que aqui Camões não mergulha para salvar o poema, mas a mulher da sua vida. Conheceremos o poeta em sua dimensão mais romântica, assim como a enigmática Tin Na Men, ou Dinamene, uma habilidosa praticante de Kung Fu que se vê no meio de uma guerra familiar na China do século XVI. A Macau recém-tomada pelos portugueses é o cenário de muitos encontros inesperados: da Língua Portuguesa com as artes guerreiras orientais, dos jesuítas ibéricos com os devotos da deusa A-Má, do mercantilismo europeu com os costumes chineses e de um aventureiro inconsequente com uma jovem destinada a um casamento convencional.
Uma história de amor e aventura cujo pano de fundo é a criação do Poema que forjou a identidade dos portugueses e fundamentou um dos idiomas mais difundidos do mundo.