O Corpo de Bombeiros Voluntários de Pomerode (SC) desenvolveu o projeto do hidrante seco em função da necessidade de captação de água em locais com pouco abastecimento, em especial quando ocorrem incêndios de grandes proporções.
Segundo o comandante da corporação, Carlos Ricardo Hein, foram testadas várias alternativas e essa foi a mais simples e funcional. A ideia pode ser facilmente replicada por outros serviços de bombeiros.
Um hidrante seco é um tubo não pressurizado, instalado permanentemente, que tem uma de suas extremidades abaixo do nível da água de um rio, ribeirão ou lagoa. Essa extremidade geralmente possui um filtro para evitar que detritos entrem no tubo.
A outra extremidade está acima do solo com uma conexão compatível com os equipamentos e materiais do corpo de bombeiros local que, quando necessário, utilizará a estrutura para bombear água dessa fonte através de um sistema de escorva/vácuo.
Esse sistema permite aumentar e melhorar a distribuição dos pontos de abastecimento disponíveis, pois independe da existência de redes de distribuição de água tratada, reduzindo o tempo para os reabastecimentos das viaturas (deslocar + encher o tanque).
O sistema é muito adotado em cidades pequenas dos Estados Unidos. No Brasil, segundo Hein, há pouca ou nenhuma adesão apesar de sermos um dos países com a maior disponibilidade de água do mundo.
Financeiramente o sistema apresenta um custo estimado em apenas 30% do valor de um kit de equipamentos necessários para a instalação de um hidrante pressurizado ligado a rede de distribuição e, com a utilização da água diretamente da fonte, não há custos com tratamento e distribuição da mesma.
“Nas instalações já realizadas no município obtivemos um desempenho do hidrante seco melhor que o desempenho da maioria dos hidrantes pressurizados disponíveis na região, alcançando vazões de 2 mil litros por minuto, algo que somente dois hidrantes pressurizados da cidade conseguem entregar”, finalizou o comandante.
