Entre sexta-feira e domingo (5 e 7/08/22), os fãs e competidores da robótica estarão reunidos no Rio de Janeiro para a FIRST Robotics Competition (FRC), conhecida como a olimpíada internacional de robótica. Participam das disputas 12 catarinenses, estudantes da Escola S de Blumenau, rede de educação básica do SESI e do SENAI. Eles criaram um robô semiautônomo de 51 kg e 1,18 metro de altura. O evento, que é promovido pelo SESI e pela organização sem fins lucrativos FIRST (For Inspiration and Recognition of Science and Technology), combina a adrenalina dos esportes com o rigor da ciência e da tecnologia.
Uma arena com missões a cumprir, como acertar a bola no alvo, mover objetos, agarrar em barras e até mesmo escalar. Lembra uma gincana, mas, nesse caso, a brincadeira é séria, envolve meses de trabalho, muita programação e engenharia. São robôs semiautônomos de porte industrial, com até 55 kg e 1,5 metro de altura, construídos e comandados por estudantes que cumprem as missões propostas na temporada.
Esta é a primeira vez que o Brasil recebe um torneio da FRC. A cada ano, um novo desafio é proposto às equipes, explica Bolivar Fernandes, professor da Escola S de Blumenau e um dos técnicos da equipe catarinense. “Além da mecânica e da programação do robô, os estudantes são avaliados em critérios que envolvem administração, marketing, empreendedorismo e valores comportamentais. Nossa equipe é pioneira no Vale do Itajaí e está participando desta competição presencialmente pela primeira vez – no último ano o time participou de uma temporada que aconteceu de maneira virtual por conta da pandemia”, conta o professor.
Os integrantes da equipe são alunos do Espaço de Educação Maker do SESI e do SENAI. Para ingressar no projeto que acontece no contraturno escolar, eles participaram de um processo seletivo. Além de Fernandes, os estudantes são orientados pelo professor Johnny Dreher e recebem mentoria e apoio de empresas da região e de profissionais de diferentes áreas.
Critérios que fazem a diferença
O robô construído pelos estudantes catarinenses utiliza mecanismos mecânicos, elétricos e pneumáticos feitos especificamente para a competição, além de ter partes customizadas em madeira, plástico e metal. As peças customizadas foram desenhadas pelos próprios estudantes por meio de programas de modelagem digital e fabricadas utilizando ferramentas como a cortadora a laser, impressora 3D e Router CNC.
Para o desenvolvimento do robô, o time trabalha com um kit básico e tem liberdade para usar a criatividade, desde que utilize o mesmo sistema de controle e respeite as regras que limitam tamanho, peso, quantidade máxima de motores, atuadores e alguns materiais. Os competidores precisam ainda levantar fundos, desenvolver uma marca e realizar alguma iniciativa com a comunidade relacionada à ciência e à tecnologia.