Com a chegada do inverno, é comum aparecerem pinguins nas praias catarinenses. Os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) são os visitantes anuais mais frequentes. As aves partem das colônias reprodutivas no litoral da Argentina e do Chile rumo ao Brasil em busca de alimento.
Os grupos migratórios são formados geralmente por indivíduos inexperientes que estão se deslocando pela primeira vez. É um comportamento natural da espécie que tem caráter seletivo, ou seja, retornam para as colônias reprodutivas os indivíduos com potencial.
Em Santa Catarina, há o belo trabalho desenvolvido pela Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univali, localizada em Penha (SC), que faz parte do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). Como aumentam as chances de encontrar esses belos e simpáticos animais na praia, foram passadas algumas orientações.
A primeira é evitar chegar próximo sem necessidade. A aproximação humana é um sinônimo de ameaça ao animal silvestre porque gera estresse e pode impactar na sua condição de saúde.
Lembre-se que pinguins são animais selvagens e não pets. Evite fazer carinho porque incomoda o animal que não entende a interação. Eles não estão acostumados com a presença humana.
Muitas vezes as pessoas veem um pinguim encalhado e fazem de tudo para que ele volte ao mar, talvez por achar que está mais seguro. Segundo a postagem da Univali, o encalhe acontece devido à sintomas clínicos de debilidade, ou seja, o animal pode estar magro, fraco, desidratado ou simplesmente cansado.
Evite alimentá-lo, pois esses animais têm uma dieta naturalmente balanceada, principalmente a base de alimentos de seu habitat natural que é o mar. São considerados heterótrofos carnívoros, então comem muito krill, pequenos peixes e lulas. No entanto, as espécies pertencentes ao gênero Pygoscelis baseiam a sua alimentação maioritariamente em plâncton.
Apesar de viverem em ambientes gelados, os pinguins têm sangue quente, como os humanos e também sentem frio. Muitos até encalham hipotérmicos, então é necessário mantê-los quentes. Espécies como o pinguim-de-Magalhães, vive em áreas subantárticas, mas não como aqueles que estamos acostumados a ver nos filmes. A recomendação dos profissionais é de colocar o animal em uma caixa de papelão e cobrir com um pano seco.
Acione as equipes do PMP-BS pelo telefone 0800 642 3341, que atende das 8h30 às 17h30. Informe o local de ocorrência de encalhe e ponto de referência. Se possível, faça uma foto e envie no WhatsApp (47) 99214-0960. O tempo de resposta para o resgate envolve a organização da equipe de Penha (SC), ter um veículo disponível, o tempo de deslocamento e as condições do trânsito.