Por meio do movimento “Março Verde”, as Organizações Não-Governamentais Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME) e a Crônicos do Dia a Dia (CDD), e o grupo NMO Brasil chamam atenção para a Neuromielite Óptica (NMO), também conhecida como doença de Devic. Autoimune e de origem neurológica, ela acomete, principalmente, os nervos ópticos e a medula espinhal.
A iniciativa, voltada para toda a sociedade, acontece no mês que marca o Dia da Conscientização da Neuromielite Óptica, 27 de março. Entre as ações da campanha, destacam-se a iluminação do Cristo Redentor na cor verde, no Rio de Janeiro; exposição de pôsteres informativos nas estações Faria Lima e Borba Gato do metrô de São Paulo; lives com especialistas e pacientes nas redes sociais do NMO Brasil; hotsite com informações da doença; cartilha digital para profissionais da saúde e a divulgação do vídeo oficial da campanha.
“Temos um compromisso com toda a comunidade de NMO. Nós entendemos que é preciso ampliar a conscientização da população sobre essa doença, que ainda é subdiagnosticada, e sobreseus sinais e sintomas. Só assim conseguiremos mais agilidade no diagnóstico e melhores práticas de cuidados”, explica Gustavo San Martin, diretor executivo da AME e da CDD.
Segundo ele, o Março Verde também é uma oportunidade para destacar a necessidade da criação de políticas públicas exclusivas para o atendimento da NMO. “Atualmente, não há um protocolo clínico exclusivo para o tratamento dessa patologia no Brasil. Isso dificulta consideravelmente o acesso a tratamentos adequados. Os pacientes se sustentam, de maneira precária, em protocolos de outras doenças, como a esclerose múltipla”, informa.
Os principais sintomas da neuromielite óptica incluem perda temporária de visão, dor nos olhos que, geralmente, piora com o movimento, sensações alteradas com sensibilidade à temperatura, dormência e formigamento, membros fracos e pesados. “Por ter uma ampla variedade de sinais e sintomas, a NMO pode ser confundida com diferentes doenças, especialmente a esclerose múltipla e outras doenças autoimunes. Diante de qualquer suspeita, é necessária uma investigação especializada. Esse é sempre o primeiro passo para uma prescrição medicamentosa correta”, diz Denis Bichuetti, neurologista e professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“Os médicos, especialmente os não neurologistas, precisam conhecer os sinais e sintomas indicativos de NMO, porque muitas vezes são eles que avaliam os pacientes pela primeira vez, levantam a suspeita e fazem o encaminhamento para um neurologista habilitado”, pondera Bichuetti, que também é consultor científico da AME e da CDD.
Segundo o especialista, o tratamento adequado pode reverter o déficit neurológico agudo, quando implementado a tempo. Aliado à terapia de manutenção, com medicação de uso crônico, ele alivia desconfortos e melhora a qualidade de vida das pessoas com NMO.
Em alusão à sigla NMO e aos sintomas da doença, a campanha de Março Verde deste ano trará a hashtag #NãoMenosprezeosSinais. Para outras informações sobre a doença, aqui.