Servidores públicos municipais de Blumenau entram em estado de greve

O sindicato pede a abertura da mesa de negociações com a prefeitura. Se não chegarem a um acordo, podem ocorrer paralisações e protestos, interrompendo os serviços à população. Entenda os principais pontos.

Foto: SINTRASEB

Na tarde desta terça-feira (1/02/22) aconteceu a assembleia geral do SINTRASEB (Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau) na frente da prefeitura. O resultado do encontro foi o anúncio do estado de greve, ou seja, os servidores ainda não paralisaram as atividades, o que só ocorre após deflagrada a greve.

Foto: SINTRASEB

A decisão foi aprovada pelos mais de 1,6 mil participantes que estipularam a data limite de segunda-feira (7) para entrarem em um acordo. Na data será feita mais uma assembleia geral para definir os próximos passos.

O SINTRASEB divulgou uma carta aberta à população, onde informa o início da jornada de mobilizações em defesa dos direitos e da aposentadoria, por valorização e melhores condições de trabalho.

Foto: SINTRASEB

“O atual momento da Pandemia do Coronavírus tem lotado os ambulatórios gerais e unidades de saúde. Após dois anos de enfrentamento, os(as) trabalhadores(as) estão exaustos(as), física e psicologicamente, diante da alta demanda de atendimento, das jornadas de trabalho estendidas, e do adoecimento de profissionais”.

Foto: SINTRASEB

O Sintraseb acusa o prefeito Mário Hildebrandt de ignorar os(as) servidores(as) e sua representação sindical e reclama do projeto de lei enviado para a Câmara de Vereadores sem nenhum debate com a categoria no final de dezembro. “Para resolver os seus problemas e de gestões anteriores, transferiu a conta para os(as) servidores(as), aumentando a idade mínima para aposentadoria e taxando em 14% todos(as) os(as) aposentados(as) e pensionistas do ISSBLU que recebem acima de R$ 2.200.”

Foto: SINTRASEB

O sindicato acusa a administração municipal de ignorar os diversos pedidos para abrir uma mesa de negociação. “Embora o município possua uma lei municipal, anterior à pandemia, garantindo a data-base para a correção anual dos salários dos(as) servidores(as) com base no INPC/IBGE (Lei 498/2004), OS(AS) SERVIDORES(AS) ESTÃO COM OS SALÁRIOS CONGELADOS HÁ DOIS ANOS, com uma perda salarial que já atinge 18,65% (Inflação de maio de 2019 a dezembro de 2021)”.

Os (as) agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, não receberam o reajuste do piso salarial desde janeiro de 2020, além de não cumprir integralmente o Plano de Carreira da Saúde dos (as) médicos(as).

Foto: SINTRASEB

O governo Hildebrandt também não teria aplicado integralmente a Hora Atividade prevista na Lei do Piso Nacional do Magistério, obrigando o sindicato a conseguir esse benefício por força de decisão judicial. O sindicato também cobra o novo piso salarial de R$ 3.845.

“Estamos em ESTADO DE GREVE e pedimos a compressão da população, em especial dos usuários(as) dos serviços públicos municipais, por possíveis suspensões no atendimento, devido à paralisações e protestos. Se os(as) servidores(as) não lutarem por valorização e por seus direitos quem perde é a própria população, pois o desinteresse por ser servidora/ servidor público continuará crescendo”, diz a carta do SINTRASEB.