O projeto de construção da loja Havan no terreno onde ficava o antigo estádio do BEC, no Centro Histórico de Blumenau, teve uma reviravolta nesta quarta-feira (28/07/21). Uma reunião com os representantes do Conselho do Patrimônio Cultural Edificado (Cope) acabou aprovando a proposta que antes tinha sido rejeitada.
Mesmo sem apresentar uma nova durante o debate online, acompanhado por mais de 100 pessoas, o resultado da votação pró-construção foi de 12 a 3. O principal argumento de quem se preocupa com a preservação da história é de como a loja destoa do resto.
O terreno é da prefeitura e está abandonado desde que o estádio foi demolido. É muito usado pela equipe do helicóptero Arcanjo 03 para levar vítimas de acidente ao Hospital Santo Antônio.
Félix Theiss, ex-prefeito e membro do Conselho de Administração da Havan, argumentou que por causa da segurança pública, a atual situação do terreno é mais mais nociva ao patrimônio cultural do que uma réplica da Casa Branca.
A empresa teria avaliado 12 terrenos diferentes para uma nova loja em Blumenau, mas não houve acerto com os proprietários. Entre eles estão o antigo prédio da Casa Royal (Rua 7 de Setembro) e outro da Pittol (Rua Nereu Ramos), todas no Centro.
O presidente do Cope e secretário de Planejamento, Éder Boron, havia apresentado antes da reunião, uma manifestação espontânea do 10º Batalhão de Polícia Militar a favor da construção da loja, por causa do potencial em reduzir ocorrências policiais na região.
O projeto do prédio prevê dois pavimentos com 180 vagas para carros, outras 100 para bicicletas, além de 63 para motos. O primeiro piso seria do estacionamento e o segundo com a loja de 6,5 mil m² de área construída. Mas a estátua da Liberdade, símbolo da rede Havan, não poderá ser colocada.
As sugestões de reconsideração da arquitetura feitas pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não foram levadas em conta. Em protesto com o rumo da decisão, o Instituto Histórico de Blumenau (IHB) e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) renunciaram às cadeiras no Cope.