A Superintendência de Vigilância em Saúde (SUV) de Santa Catarina confirmou a identificação de outras 72 amostras compatíveis com a Variante de Preocupação (VOC) P.1 do SARS-CoV-2, conhecida como a variante brasileira.
Foram selecionadas aleatoriamente 87 amostras coletadas pelo laboratório Santa Luzia/DASA em Santa Catarina entre os dias 26 e 27 de fevereiro de 2021. Destas, 72 amostras testadas (82.8%) correspondem à variante P.1. Esta análise é fruto de parceria interinstitucional para vigilância genômica no Estado.
Os casos foram identificados nos municípios de Florianópolis (54), São José (11), Palhoça (5), Governador Celso Ramos (1) e São José (1), sendo que, 41 casos são do sexo feminino e 28 do sexo masculino. As faixas etárias variam de um caso entre 0/10 anos, quatro entre 10-20, 36 casos entre 20-40, 24 casos de 40-60 e sete acima de 60 anos.
Além das 72 amostras identificadas para P.1, nos dias 22 de fevereiro e 5 de março, a SES/SC foi informada pelos laboratórios do grupo DASA (Diagnósticos da América) da identificação de um total de 47 casos suspeitos de infecção pela variante B.1.1.7, conhecida como variante britânica, em residentes da região da Grande Florianópolis (46 casos) e 01 (um) residente em Joinville. Desse total, nove amostras foram encaminhadas para o laboratório da Fiocruz para realização do sequenciamento que pode confirmar a circulação da variante britânica no estado.
O DASA (Diagnósticos da América S.A.) adota para a identificação das variantes duas metodologias: RT-qPCR com múltiplos alvos (THERMO®), que consegue discriminar a variante B1.1.7, cujas amostras apresentam caracteristicamente o S-dropout (não amplificação do gene S). A outra metodologia adotada foi desenvolvida pelo Instituto de Medicina Tropical da USP em parceria com a Universidade de Oxford na Inglaterra, que, com um par de primers e 1 sonda, detecta uma deleção no gene nsp6 que é comum às 3 VOC (B.1.1.7 – UK; B.1.351 – África do Sul e P.1 – Brasileira). Desta forma, usando uma combinação dos dois ensaios é possível inferir qual a variante do SARS-CoV-2 é a causadora da infecção naquele paciente, uma vez que até o momento não temos a circulação no país da variante B.1.351 – da África do Sul.
Casos confirmados pela FIOCRUZ
Até o dia 13 de março, Santa Catarina tinha confirmados por sequenciamento de genoma 22 casos da Variante de Preocupação (VOC) P.1 do SARS-CoV-2, sendo 12 autóctones (com transmissão dentro do estado) e 10 importados.
Todos os casos foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/SC), seguindo o fluxo da vigilância genômica nacional, o qual encaminhou as amostras para o Laboratório de Referência Nacional para Santa Catarina – a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) do Rio de Janeiro, que realizou o sequenciamento genômico e encaminhou os resultados.
Casos confirmados pela UFSC
O Laboratório de Bioinformática da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi reconhecido pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/SC) como centro colaborador no projeto de pesquisa de sequenciamento genético do coronavírus. Essa parceria contribui para o enfrentamento da pandemia de COVID-19, em benefício da população do nosso Estado.
O Laboratório de Bioinformática da UFSC realizou sequenciamento genômico de 06 amostras que apontam a identificação da variante P.1 (brasileira) e 01 da variante B.1.1.7 (Reino Unido), proveniente de uma pessoa com histórico de viagem para a Europa, podendo ser classificado como um caso importado.
Um total de 04 (quatro) amostras sequenciadas pela UFSC foram encaminhadas para a Fiocruz-RJ, que já confirmou os resultados, servindo então para certificar o laboratório como centro colaborador.
Outro números
Santa Catarina encaminhou 329 amostras para sequenciamento genômico na FIOCRUZ-RJ até 13 de março, das quais 142 foram sequenciadas e 187 aguardam processamento. Das amostras sequenciadas, foram identificadas 10 linhagens distintas, a saber: B.1, B.1.1.1, B.1.1.143, B.1.1.28, B.1.1.29, B.1.1.33, B.6, P.2, e duas VOC, a P.1 e a B.1.1.7.