Em 29 de janeiro comemora-se no Brasil o Dia da Visibilidade Trans. A ideia surgiu em 2004, quando um grupo de ativistas trans participou, no Congresso Nacional, do lançamento da primeira campanha contra a transfobia.
A ação foi promovida pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, com o objetivo de ressaltar a importância da diversidade e respeito para o movimento trans, representado por travestis e transexuais. A data passou, então, a representar a luta cotidiana das pessoas trans – especialmente as que se encontram em situação de vulnerabilidade – pela garantia de direitos e pelo reconhecimento da sua identidade.
Especialista no atendimento ao público transgênero, o médico catarinense José Carlos Martins, que juntamente com o socio e médico Cláudio Eduardo de Souza atende no Transgender Center Brazil, em Blumenau, admite que o assunto “transgêneros” ainda é um tabu no Brasil, onde este público ainda é muito marginalizado, mesmo dentro de casa. Ele também lançou recentemente o livro “TRANSGÊNEROS: Orientações médicas para uma transição segura”, onde traz para a população transgênera informações seguras acerca do tema
“O preconceito já vem muitas vezes na própria família, que primeiro não aceita a transexualidade de um filho (a), isso quando não expulsa de casa”, adverte o médico.
O apoio, principalmente dos familiares é fundamental para a transição, explica José Carlos Martins Júnior, que já operou mais de 300 pacientes trans.
Sua clínica, em Blumenau dedica-se ao atendimento de pacientes Transgêneros em transição de Masculino/Feminino e Feminino/Masculino. “Buscamos oferecer apoio e suporte aos pacientes que nos procuram, por isso montamos uma equipe engajada na causa e respeito a esse grupo de pessoas, baseado numa formação médica sólida e pautada nas orientações mundiais da WPATH (Associação Mundial para a Saúde de Transgêneros), explica o Diretor da Transgender Center.
Com dupla formação em Medicina e Odontologia, José Carlos Martins Jr. está entre os três profissionais médicos do mundo que atuam na feminização da face, com o chamado “double degrede” o que lhe confere habilidades para cirurgias do esqueleto facial.
Como lida diariamente com estas pessoas, o médico sabe que a aceitação é um dos processos mais difíceis que eles enfrentam, e, portanto, ter uma data para valorizar estas pessoas e discutir o tema sempre é positivo, pois só com informação a transfobia dará lugar ao respeito.