A indústria da pesca representa uma importante parcela da economia catarinense. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural Santa Catarina tem o maior polo pesqueiro do país. Para manter o funcionamento desse setor a indústria de reciclagem animal desempenha papel fundamental. É ela a responsável por dar o destino adequado aos restos de pescados não aproveitados para a alimentação humana. A Agroforte, com sede em Biguaçu, é uma das maiores indústrias do Brasil nesse segmento e processou apenas no último ano aproximadamente 45 mil toneladas de material.
O litoral catarinense corresponde a 7% do total brasileiro com 337 localidades onde a pesca artesanal é realizada. Já a pesca industrial é movida por 700 embarcações gerando cerca de 10 mil empregos, aponta o governo do Estado. É junto dessas indústrias e peixarias que a empresa recolhe os restos de peixes dispensados durante o beneficiamento.
“As pessoas desconhecem, mas nós consumimos apenas uma parte do peixe que em alguns casos pode não passar de 35%. O restante, que correspondem a partes como vísceras, cabeça, ossos e rabo, são descartados e, se não fosse a atuação da indústria de reciclagem de proteína, teriam os aterros sanitários como destino”, explica José Humberto de Souza, gestor da Agroforte.
O despejo desses resíduos encurta o tempo útil dos aterros e pode gerar contaminação. “Imagine diariamente mais de 180 toneladas de resíduos animais sendo jogados fora, esse material decomposto pode contaminar o solo e chegar aos lençóis freáticos. No mais, esses rejeitos tem um enorme potencial para a indústria da reciclagem, não é correto que seja desperdiçado”, pontua.
Na indústria de reciclagem animal, esses resíduos são processados e transformados em óleo e farinha. Essa matéria prima rica em ácidos graxos e nutrientes é ideal para a fabricação de ração animal, sendo comercializada nacionalmente e também para países do Mercosul e Ásia.