As alunas do curso de Nutrição da Universidade de Blumenau, Bárbara Buzzi e Kethellen dos Santos Mezomo, ouviram servidores técnicos administrativos da instituição entre os meses de maio e julho para apurar questões relacionadas aos seus sentimentos e à alimentação. A pesquisa foi realizada por e-mail e faz parte do trabalho de conclusão de curso (TCC) “Comer Emocional e Estresse de Funcionários da Universidade Regional de Blumenau – SC”.
Foram utilizadas diferentes metodologias no questionário, entre elas escalas de figuras de Stunkard, para definição das silhuetas dos corpos dos participantes, questionamentos auto respondidos, incluindo dados sociodemográficos e de saúde, percepção de estresse e questionamentos sobre o comer emocional (definido como o comportamento de recorrer a alimentos saborosos diante de situações negativas).
O trabalho parte do ponto de vista de que a ansiedade e o estresse desencadeiam muitas vezes sem percebermos a prática do “comer emocional para se sentir melhor”. Com base nas respostas dos 84 participantes, as acadêmicas, sob orientação da professora Vanessa Korz, apuraram que há uma relação entre o peso relatado pelos servidores e o seu nível de estresse.
Também foi possível perceber uma correlação inversa entre a prática diária de atividade física e o comer emocional. “Quanto mais horas de atividade a pessoa realiza, menor o comer emocional dela”, explica a professora Vanessa.
Sobre realizar alguma prática integrativa ou complementar, como yoga, reiki ou meditação, as estudantes perceberam que 76% dos respondentes não têm por hábito tais práticas. A pesquisa foi respondida por mulheres na maioria, com carga horária diária de 8 horas e mais jovens do que os homens que responderam ao questionário. Também, de acordo com as análises, as mulheres estão menos estressadas que os homens, que também estão mais preocupados com a imagem corporal.
A ideia para o trabalho foi fruto de uma conversa entre as acadêmicas e sua orientadora e como explicam Kethellen e Bárbara, o comer emocional chamou muito a atenção, “pois a relação entre as emoções e a alimentação é algo presente na vida de muitas pessoas, além de ser algo recente e com pouca referência em artigos no país”. Bárbara conta ainda que, no curso, muitos trabalhos são voltados para os universitários, “por isso decidimos fazer diferente e aplicar a pesquisa aos servidores da Universidade”.
Como uma forma de ajudar os participantes da pesquisa, especialmente os que sofrem com o comer emocional, as acadêmicas, orientadas pela professora Vanessa, enviaram recomendações sobre como ter uma relação saudável com a comida e algumas maneiras de aliviar o estresse.
Dicas para evitar o comer emocional
Para manter uma alimentação e relação saudável com a comida as acadêmicas recomendam que as pessoas procurem se alimentar com regularidade e atenção, sempre em horários semelhantes, evitando “beliscar” entre as refeições, e sempre desfrutar e comer devagar, sem dividir a atenção com outras atividades.
Além disso, recomendam uma alimentação em lugares limpos, confortáveis e tranquilos, onde não haja o estímulo de consumir mais do que o necessário, assim como uma boa companhia.
Em relação ao estresse, o recomendado é a respiração profunda, levando mais oxigênio para o corpo e relaxando os músculos, a prática de exercícios físicos e de relaxamento mental, seja com a leitura de um bom livro ou com uma música tranquila e suave.
As acadêmicas ainda indicam a socialização, como manter contato com os amigos através das redes sociais, e o estar presente, se concentrar no momento presente e em seus sentidos, fazendo com que seu corpo relaxe.
“Muitas pessoas não compreendem a influência das emoções na alimentação, então nosso trabalho vai poder contribuir para a elaboração de estratégias e intervenções para que as pessoas consigam ter um bom relacionamento com a comida”, afirma Kethellen.
As acadêmicas também recomendam a prática de atividades como yoga, “por meio de vídeos em redes sociais, neste momento em que ainda perdura o isolamento social e impossibilidade de realizar muitas atividades presenciais”.
Fonte: FURB