Um projeto da Celesc Geração proporcionará uma dinâmica completamente nova à Usina Salto, que minimizará a manobra local e será – majoritariamente – controlada remotamente de Florianópolis. A obra será um presente pelos 100 anos de funcionamento da Usina, que será comemorado em dezembro deste ano. “Vamos modernizar a planta para melhorar o desempenho e os resultados da Usina Salto, além de reduzir os custos das atividades de produção de energia”, observa Flávio Spolaor, do Departamento de Operação e Manutenção da Celesc Geração.
O investimento de R$ 1,5 milhão prevê a melhoria do mecanismo de proteção e sensoriamento dos equipamentos, modernização dos processos mecânicos, além da implantação do sistema de automação e controle. Para a Diretoria de Geração, Transmissão e Novos Negócios, a medida também visa o enquadramento dos custos gerenciáveis ao novo modelo de concessão – Lei n.º 12.783/2013 – de acordo com a Medida Provisória 579.
A nova legislação não permitirá a venda de energia elétrica no mercado livre. A remuneração do negócio se tornará completamente diferente. O pagamento será feito em função dos custos de operação e manutenção da usina. O valor agora é fixo para cada empreendimento de geração e é definido pela Agência Reguladora. Sem a modernização, a usina Salto não teria condições financeiras de operar, pois os custos ficariam mais elevados do que o valor de remuneração determinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Concessão
A Celesc se enquadra ao novo modelo para disputar a nova concessão da Usina Salto por mais 30 anos. O critério da Aneel para definir o vencedor será o menor custo de operação. A atual concessão se encerra em novembro de 2016, e as obras na usina devem estar concluídas até dezembro de 2014. Com as economias nos custos de operação, a obra “se paga” em cerca de 12 meses de funcionamento com as melhorias – o que está previsto para ocorrer em janeiro de 2016, afirma o diretor de Geração, Transmissão e Novos Negócios, Enio Andrade Branco.
No momento, a usina apresenta problemas mecânicos. Os equipamentos são muito antigo e muitas estruturas serão trocadas. Com isso, se evitará grandes paradas na produção de energia – que têm sido frequentes nos últimos anos de operação. A Celesc fez licitação pública para realizar a automatização da Usina Salto. A Semi Engenharia ofereceu o melhor preço e venceu a disputa, acrescentou Spolaor.
Como Funciona a Usina
Salto utiliza um desnível no Rio Itajaí-Açu para aproveitar a força da água e movimentar unidades geradoras, que transformam a energia mecânica em elétrica. A água passa por uma turbina, movimentando o gerador, e assim surge a eletricidade. Como a energia sai do gerador com uma tensão de 8,5 quilovolts (kV), ela passa por uma subestação para elevá-la para 23kV e disponibilizá-la no sistema nacional interligado.
Breve Histórico de Salto
A Usina foi energizada no dia 27 de dezembro de 1914. A máquina três começou a produzir em 1929; a quatro, em 1939. Com uma potência de 6,28 megawatts (MW), quando os quatro geradores estão funcionando, Salto gera 4,5 milhões kWh em um mês. Com isso, abasteceria simultaneamente mais de 45 mil residências com um consumo mensal médio de 100 kWh.
Novos Projetos
A Celesc Geração planeja ampliar a potência da Usina para 30 MW. Contudo, deve aguardar a renovação da concessão. O investimento previsto está na ordem de R$ 200 milhões. O plano diretor estabeleceu uma meta de crescimento da geração de 100MW para 1GW até 2030. A estratégia de repotenciação das usinas é uma das formas mais adequadas, em termos ambientais, para se atingir esse objetivo estratégico.
Texto: Ricardo Hecker Luz | SECOM