Ituporanga registra o 1º caso de mulher que usou sinal vermelho em violência doméstica

 

 

 

 

A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) tomou conhecimento nesta semana da primeira ocorrência de violência doméstica atendida pela Polícia Militar em que a mulher se valeu da Campanha Sinal Vermelho para demonstrar sua condição de vítima das agressões do companheiro. O fato ocorre no início do mês, na comarca de Ituporanga, na região do Alto Vale.

Segundo informações do comando da PM, uma guarnição foi chamada para atender um suposto caso de lesão corporal em residência. Ao chegar ao local, notou que realmente havia uma movimentação estranha no ambiente interno da casa.

Ao bater à porta, os policiais foram atendidos por um homem sem camisa que tomou a frente mas, aos fundos, notaram a presença de uma mulher com sangue no rosto e vestes desalinhadas que, ao vê-los, levantou o braço e abriu a mão para mostrar um “X” que desenhara em sua palma. Os policiais logo entenderam o recado e deram voz de prisão ao homem, com a condução do casal para a delegacia mais próxima.

A desembargadora Salete Sommariva, coordenadora da Cevid, fez questão de enviar correspondência ao comando da Polícia Militar de Santa Catarina para agradecer o pronto atendimento daquela corporação ao chamado de mais uma vítima da violência doméstica no Estado. “Aproveito a oportunidade para estender meus cumprimentos e gratidão aos policiais que atenderam a ocorrência, pela sensibilidade em reconhecer o sinal vermelho durante o atendimento, ainda que fora dos padrões previstos para a campanha e fora do local (farmácias) e, ainda assim, terem dado o atendimento prioritário e terem tido o cuidado de relatar tal situação”, anotou na missiva.

A campanha, basicamente, trata de cadastrar previamente farmácias e drogarias de Santa Catarina para que mulheres vítimas de violência possam denunciar as agressões ao fazer um xis com batom vermelho (ou com qualquer outro material) na palma da mão ou num pedaço de papel e mostrá-lo ao atendente, que acionará a Polícia Militar. Já eram mais de 40 estabelecimentos cadastrados no último levantamento divulgado pela Cevid.