Feira do Mel Virtual é uma das ações para fortalecer a atividade apícola catarinense

 

 

 

O potencial da apicultura catarinense é notório no território nacional tanto na produtividade quanto na qualidade dos produtos.

 

Tornar Santa Catarina um Estado referência na produção, na qualidade e na tecnificação da apicultura, além de contribuir na melhoria de qualidade de vida de produtores e consumidores e conscientizar sobre a importância das abelhas na manutenção dos ecossistemas e da biodiversidade. Esses são os objetivos do projeto do Sebrae “Fortalecimento da Apicultura Catarinense”, que integra o programa de “Melhoramento genético e desenvolvimento apícola catarinense”, que prevê a realização de diversas ações até dezembro de 2023. As iniciativas são da Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (FAASC), Sebrae/SC, Epagri e Prefeituras.

O potencial da apicultura catarinense é notório no território nacional tanto na produtividade quanto na qualidade dos produtos. Contudo, nos últimos anos o segmento sofre com novas doenças, que causam a mortalidade de abelhas. Esse cenário aponta para outras demandas como: programa sanitário, capacitação para os apicultores tanto em profissionalização da gestão quanto em inovação e tecnologia, informações estratégicas de mercado, marketing e busca por referências em competitividade do segmento no País. “Assim, além de temas como melhoramento genético, manejo sanitário, troca de rainhas e controles financeiros do apiário, nossa parceria busca desenvolver estratégias que fomentem o mercado no País, gerando mais trabalho, renda e qualidade de vida aos produtores rurais catarinenses”, antecipa o diretor técnico do Sebrae/SC Luc Pinheiro.

 

Santa Catarina é um dos maiores produtores e exportadores do Brasil.

 

Entre os resultados esperados estão: aumentar a produtividade média de mel colmeia/ano de 20,5 kg para 30kg; diminuir de 15% para menos de 10% a taxa de mortalidade anual de colônias de abelhas e manter a apicultura livre de uso de produtos sintéticos para controle de pragas e doenças; viabilizar análises laboratoriais para entrepostos de mel de associações de produtores; fortalecer o associativismo apícola no Estado e melhorar a qualidade genética nos apiários com a introdução de rainhas mais produtivas e mais resistentes às pragas e doenças.

Para atingir os objetivos, Pinheiro explica que serão realizadas várias ações: Encontro Estadual de Apicultores e Meliponicultores, Feira Estadual do Mel, capacitações anuais para líderes apícolas, missões técnicas sobre produção de rainhas, encontros regionais, consultorias tecnológicas para grupos de apicultores, além de ações de acesso a mercados.

 

MERCADO

Santa Catarina coleciona seis prêmios em congressos internacionais devido à qualidade do mel, além de ser um dos maiores produtores e exportadores do Brasil. São 10 mil famílias com 300 mil colmeias que garantem produção de 6.000 toneladas do alimento por ano. Todo esse volume abastece o mercado interno e grande parte é exportada, especialmente para os Estados Unidos e para a Alemanha. A produção catarinense gira em torno de 60kg por km², enquanto a média brasileira é de 5kg por km².

A diferenciação do mel catarinense foi alvo de um projeto do Sebrae em parceria com Epagri, AMURES e FAASC, e resultou neste ano no pedido de registro no INPI da denominação de origem para o mel de melato de bracatinga do planalto sul brasileiro, numa iniciativa que envolve 102 municípios de Santa Catarina, 11 do Paraná e 9 do Rio Grande do Sul. “A expectativa é que esse reconhecimento agregue ainda mais valor a esse produto único no mundo, o qual não vem das flores como os méis tradicionais, mas é coletado pelas abelhas junto aos insetos chamados cochonilhas, que infestam os caules da árvore bracatinga, endêmica do sul brasileiro. Além de preservar a cultura alimentar associada a esse mel e fortalecer a atividade turística regional, apoiar essa produção é mais uma forma de promover a conservação da biodiversidade brasileira”, pontua Pinheiro. Para esse ano o projeto atenderá aproximadamente 100 apicultores e nos próximos três anos a meta será de 500 apicultores/ano.

O Estado também se destaca pela referência em serviços de assistência técnica e extensão rural, consultoria apícola, associativismo forte e atuante, indústrias de equipamentos e insumos bem desenvolvidas. Aliado a esses fatores estão a mão de obra familiar, o relevo montanhoso e a pastagem apícola formada por flora nativa diversificada que indica a manutenção e o crescimento da criação de abelhas.

 

FEIRA DO MEL VIRTUAL

Em razão da pandemia da covid-19, os apicultores catarinenses lançaram, na última semana, a 1ª Feira do Mel Virtual com a comercialização de produtos apícolas para todo país. A iniciativa é da FAASC, em parceria com Epagri e co-realização do Sebrae/SC. O objetivo é aproximar o produtor do consumidor, oferecer produtos com origem garantida, divulgar o potencial da cadeia produtiva, a qualidade e a diversificação do produto catarinense.

Os preços foram tabelados para incentivar o consumo. O pote de 1 kg de mel comum custa R$ 25, do mel de melato da bracatinga e do mel com certificação orgânica R$ 30. Os consumidores também podem comprar própolis, cera de abelha, balas, biscoitos, cosméticos, pão de mel, bolo de mel, chás, bebidas, favos de mel e pólen.

Participam produtores de 27 municípios: Água Doce, Alfredo Wagner, Balneário Gaivota, Blumenau, Campo Alegre, Chapecó, Quilombo, Gravatal, Ibirama, Içara, Imbituba, Itaiópolis, Itapiranga, Joinville, Lebon Régis, Luzerna, Mafra, Major Gercino, Matos Costa, Pouso Redondo, Presidente Getúlio, São Bonifácio, São Joaquim, São Miguel do Oeste, Saudades, Xanxerê e Xaxim.