Fundação Fritz Müller incentiva a logística reversa, reservando em suas unidades locais destinados exclusivamente para a coleta de resíduos eletrônicos. A iniciativa ocorre em parceria com a Weee.do, empresa catarinense especializada em reciclagem de materiais eletroeletrônicos que tem no estado cerca de 70 pontos de coleta destes itens.
Em 2019, a parceria entre as empresas resultou em dados que comprovam a importância dessa iniciativa: foram coletados 170 kg de resíduos eletrônicos na FFM. O número representa uma redução de 129,7 Kg de gás carbônico emitido no planeta – o equivalente a três carros rodando durante uma semana.
Além disso, outras economias foram feitas:
– 419 Kwh de energia poupados, o suficiente para abastecer 49 casas por um dia;
– 7,6 kg de alumínio reciclados, o equivalente à produção de mais de 463 novas latinhas
– 35,5 kg de ferro reciclados, o correspondente à produção de 8 novos computadores
– 16,1 kg de materiais tóxicos (chumbo, mercúrio e metais pesados) corretamente destinados
“Além de nosso compromisso com a educação continuada para a evolução de profissionais e empresas, entendemos que temos um papel fundamental no apoio a iniciativas de preservação como esta. A responsabilidade social da FFM está ligada diretamente ao dia a dia das pessoas que estão envolvidas com a entidade, seu bem-estar e sua consciência em relação ao consumo e ambiente em que estão inseridos”, avalia a executiva da Fundação Fritz Müller, Raquel Schurmann.
Mark Jacobowitz Rae, engenheiro ambiental sócio da Weee.do, explica os dados relacionados a economia de recursos são coletados através de um método desenvolvido pela empresa com base em informações globais. “Levamos em consideração estudos reconhecidos por especialistas no segmento em relação ao consumo de matérias-primas e recursos para o desenvolvimento de eletrônicos e a partir daí realizamos a estimativa da economia gerada pela logística reversa”, diz.
Impactos dos resíduos eletrônicos
Dados informados no site da Weee.do apontam que o lixo eletrônico tem hoje a taxa de crescimento mais acelerada do mundo.
Um estudo liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e divulgado este ano apontou que o Brasil é o maior produtor de lixo eletrônico da América Latina e o 7º maior do planeta. Por ano, 1,5 mil toneladas de resíduos eletrônicos são produzidas no país e apenas 3% são descartados corretamente.
Entre os prejuízos da destinação inadequada deste tipo de materiais estão o tempo de decomposição (metais levam até 100 anos para se decompor; plásticos em torno de 400 anos e borrachas não se desfazem na natureza) e a contaminação do solo e do lençol freático pelos materiais tóxicos contidos em tais componentes, como mercúrio, chumbo e outros metais pesados.