Lideranças empresariais e políticas de Pomerode se mobilizaram para evitar que uma mudança nos plantões da Polícia Civil prejudique a segurança pública no município. Se a alteração discutida nos bastidores for confirmada, todos os flagrantes ocorridos entre 19h e meio-dia teriam de ser encaminhados até Indaial, onde ficariam os delegados de plantão.
O problema é que, durante plantões, Pomerode só conta com uma guarnição da Polícia Militar. Sempre que houvesse um caso de flagrante, essa viatura teria de se deslocar 30 quilômetros até o município vizinho para acompanhar eventuais detidos e vítimas no registro da ocorrência, deixando a cidade sem qualquer proteção.
Um ofício encaminhado ao governador Carlos Moisés, ao delegado geral da Polícia Civil, Paulo Koerich, e ao delegado regional, Isomar Amorim, pede providências para que a cidade não fique desguarnecida. Assinam o documento Associação Empresarial de Pomerode (Acip), Associação Visite Pomerode (Avip), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Câmara de Vereadores e a Prefeitura Municipal, além dos deputados estaduais Laércio Schuster, Vicente Caropreso, Jerry Comper e Fernando Krelling.
“Passa a ser, inclusive, simples para criminosos fabricarem cenários que provoquem o deslocamento da guarnição, garantindo de duas a quatro horas sem policiamento ostensivo no município”, alertam as lideranças locais.
Apesar do posicionamento contrário à regionalização do plantão da Polícia Civil, o ofício propõe soluções como o deslocamento do delegado plantonista até Pomerode, quando houver casos de flagrante, ou mesmo o uso de recursos para atendimento remoto.
“Cabe salientar que o município de Pomerode, seja através de sua administração pública, de seus representantes políticos ou de suas entidades, sempre apoiou e procura apoiar as Polícias Civil e Militar em todas as possibilidades, seja através de convênios ou iniciativas diversas. Neste momento nos colocamos, da mesma forma, à disposição para auxiliar em alguma solução para o assunto em questão, evitando o enorme impacto negativo previsto em nossa Segurança Pública”, diz o texto.
Alteração semelhante já havia sido proposta dois anos atrás pela portaria nº 6/2018, que exigiria o deslocamento das viaturas para registro de flagrantes em Timbó. À época, a Polícia Civil foi sensível à reação imediata da sociedade civil, entidades e representantes políticos pomerodenses.