A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) confirmou a morte de uma mulher de 58 anos causada por raiva humana. A vítima, que faleceu no sábado (4/05/19), foi mordida por um gato infectado pela doença e morava em uma área rural de Gravatal (SC). As amostras da vítima foram encaminhadas ao Laboratório Instituto Pasteur (IP) de São Paulo pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/SC), que resultou em positivo.
Santa Catarina não registrava casos de raiva em humanos desde 1981, quando um paciente de Ponte Serrada foi vítima da doença. Os últimos casos de raiva animal foram registrados em 2006, nos municípios de Xanxerê (cão e gato), Itajaí (cão), e em 2016, em Jaborá (cão).
Técnicos da DIVE/SC estiveram nesta segunda-feira (6/05/19) em Tubarão reunidos, com a Gerência Regional de Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde de Gravatal e Capivari de Baixo, a CIDASC (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC) e a UNISUL para o desenvolvimento de ações. O procedimento segue o protocolo do Ministério da Saúde, considerando que nosso Estado é área controlado para raiva animal no ciclo urbano.
A partir de quinta-feira (9), profissionais vacinarão cães e gatos em um raio de cinco quilômetros a partir da residência da vítima. Vacinar os animais é a forma mais eficaz de proteção contra a doença, por isso a DIVE/SC já solicitou 10 mil doses de vacina antirrábica.
Também haverá uma busca ativa de animais doentes e mortos, além da população local receber orientações. Segundo a médica veterinária da DIVE/SC, Alexandra Schlickmann Pereira, a população deve ficar atenta ao comportamento estranho dos seus animais de estimação. “Qualquer alteração de comportamento como inquietação, aumento de agressividade, paralisias dos membros e fotofobia (medo da luz) deve ser observada e comunicada para a Secretaria Municipal de Saúde”, alerta.
“Se uma pessoa for agredida por um cão ou qualquer outro animal, é muito importante procurar um serviço de saúde mesmo se o ferimento não for grave, pois pode haver a necessidade de tomar a vacina contra a raiva”, afirma João Fuck, gerente de Zoonoses da Dive/SC.
Raiva humana
A raiva é uma doença transmissível que atinge mamíferos como cães, gatos, bois, cavalos, macacos, morcegos e também o homem, quando a saliva do animal infectado entra em contato com a pele ou mucosa por meio de mordida, arranhão ou lambedura do animal. O vírus ataca o sistema nervoso central, levando à morte após pouco tempo de evolução. A raiva não tem cura estabelecida (há apenas três casos de cura conhecidos no mundo, um deles no Brasil) e a única forma de prevenção é por meio da vacina.