A Fundação Nacional das Artes (Funarte) divulgou a lista de projetos habilitados no Edital Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais. Dos 922 projetos habilitados em todo o país, quatro foram apresentados por blumenauenses. Os trabalhos Quadrado (en)quadrados, de Maria Teresinha Heimann, As Mãos que tecem uma história, de Soila Freese, Reverberações Digitais, Juliana de Souza Teodoro, e Elke Hering e as annamárias de Lindolf Bell, de Rafaela Hering Bell, foram selecionados na etapa de habilitação. A etapa seguinte consiste na avaliação dos projetos habilitados por uma comissão de seleção a ser nomeada pelo presidente da Funarte. Ainda haverá análise documental.
O Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais tem por objetivo selecionar projetos de proponentes do sexo feminino, em âmbito nacional, que visem à prática de linguagens artísticas, à reflexão crítica e à profissionalização dos processos de gestão cultural. Realizado pela Funarte, em parceria com o Ministério da Cultura e com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, o edital pretende contribuir para o fomento e a difusão da expressão artística considerando o reconhecimento das mulheres nas artes visuais.
Serão contemplados dez projetos com premiações de R$ 70 mil para cada um. O investimento total é de R$ 744.200. “É gratificante estar entre os habilitados do Edital da Funarte, Mulheres nas Artes, especialmente pela quantidade de inscritos e pela oportunidade, uma vez selecionada, de poder mostrar nosso trabalho no Museu de Artes de Blumenau, na Fundação Cultural”, comenta Teresinha Heimann. “Minha proposta de exposição é um trabalho de pesquisa sobre caminhos em busca de um olhar diferenciado, destacando os aspectos que contribuem para esse fim, como a intuição, a emoção a percepção, a sensibilidade e, sobretudo, um olhar que desperte no observador os muitos condicionamentos vividos no cotidiano de cada um, onde vivemos cercados de regras, conceitos, costumes e normas, nos tornando quadrados e enquadrados”, explica.
Outra blumenauense habilitada, Soila Freese costuma reforçar a confiança sempre que encaminha um projeto cultural. “Sempre mantenho a perspectiva de ser contemplada. Em muitos casos, principalmente em edital de abrangência nacional, essa expectativa não é tão otimista”, admite. “Geralmente são processos muito concorridos e, infelizmente, não temos o mesmo status cultural de grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro”, comenta.
Indústria feminina
Mas isso não é motivo para os proponentes deixarem os projetos engavetados. Fato que ocorre com frequência por motivos variados: falta de conhecimento dos mecanismos de apoio à cultura ou a falta de otimismo em relação ao próprio projeto. “Sou a favor de que toda ideia seja apresentada, pois esta é a única forma do projeto sair do papel e, com isso, fortalecer a produção cultural e a classe artística de Blumenau”, comenta. “Quando vi o número de projetos habilitados enviados por proponentes de Blumenau fiquei feliz. Isso é uma prova de que podemos não ter o mesmo status cultural de grandes centros, mas temos sim produtores e artistas que querem e podem fomentar a área cultural da cidade. Esse número poderia ser maior e espero que isso sirva de motivação para outras pessoas”, relata.
Na avaliação de Soila, no caso da aprovação do seu projeto ou de qualquer outra proponente de Blumenau, fica a certeza de que a artista não será única beneficiada. “Ao aprovar e executar um projeto, você carrega também a bandeira de uma classe e fomenta a produção cultural”, destaca.
via PMB | AC: Sérgio Antonello