Fotos: Dayane Ros/Divulgação
Às 19h desta segunda-feira (5/11/18), na sala Caixa Preta do campus 1, do Departamento de Artes da Universidade Regional de Blumenau (Furb), acontece a performance Karma, com os bailarinos Maria Claudia Reginato e Rodolfo Lorandi.
Em seguida, às 20h30min, será ministrada a oficina “Ao Começar em Você Também Começa em Mim, É Sobre Nós e sobre Você”; projeto criado a partir do Edital Elisabete Anderle 2017 de Estímulo à Cultura, prêmio que assegura a circulação em cidades de Santa Catarina. No dia seguinte (6), a performance será apresentada novamente às 8h, e depois a oficina, às 9h30min, todos no mesmo local.
A intenção é compartilhar conhecimento, pesquisa e dança com o maior público possível, democratizar o acesso à dança e suas ferramentas. Os eventos tem classificação livre e são gratuitos, com ingressos distribuídos uma hora antes de cada apresentação. Quem quiser participar da oficina, voltada aos interessados em participar de uma experiência de aprendizagem corporal, podem se inscrever no e-mail rodolfolorandi@hotmail.com, na página do Facebook ou pelo número de WhatsApp (48) 99607-0967.
Karma propõe reflexões sobre o universo, a existência, as escolhas, o encontro humano. O ponto de partida da criação são pesquisas que envolvem a dança de salão, a Grão Cia. de Dança, de Florianópolis, vivências com contato improvisação, dança contemporânea e pesquisa corporal através da fisioterapia e do gyrotonic.
Com uma linguagem híbrida, a performance se constitui como processo em dança de salão que mistura o pensamento artístico do casal e filosofias budistas, espíritas e indígenas, literatura e teorias sobre física e multiversos, além de questões sobre condução, identidade e gênero. Na gênese da obra, um pouco do pensamento do cientista Carl Sagan (1934-1996), do escritor argentino Jorge Luiz Borges (1899-1986) e do autor mexicano José A. Sánchez.
O espetáculo já rodou cinco Estados brasileiros (RO, AC, AM, PE e PA). Aqui em Santa Catarina, visitou Treze Tílias, Criciúma, Chapecó e Florianópolis. “Cada apresentação é única, nosso estado corporal e emocional no dia nos guiam em cena, o respeito pelo estado individual do outro e a não expectativa no outro são importantes. Conseguir lidar com o imprevisível faz com que cada momento seja único e tenha a sua peculiaridade, deixando então que o potencial gerado por isso seja verdadeiro para ambos e para quem assiste”, sintetiza Maria Claudia. Rodolfo Lorandi complementa: “Experimentar o próprio tempo, questionar, fazer arte e olhar para o todo e para nós mesmos é uma forma de se estar presente, nos reconhecendo únicos, mas também como um mesmo organismo”, diz Maria Claudia. “Se somos uma de muitas representações de nós mesmos, onde fica a linha que separa o real da representação? Como a experienciamos? O que se escolhe dizer ou fazer, como se é e como se está são questões deste trabalho, assim como os acontecimentos e emoções trazidas pelas pessoas para junto da cena”.
Oficina
Com uma hora e meia de duração, é importante usar roupas confortáveis durante a ofician. O objetivo é permitir através de atividades ministradas pelos bailarinos que diferentes públicos tenham acesso as ferramentas utilizadas e/ou desenvolvidas na pesquisa e criação da performance. A oficina performativa coloca o participante em cena e horizontalmente com a pesquisa.
Sinopse
“Karma é experiência, a experiência cria memória, a memória cria imaginação e desejo e o desejo cria um novo karma” (Deepak Chopra). Karma é a palavra usada para significar nossa dança neste projeto, uma representação de nós e de todos. Muitas religiões acreditam na evolução da alma, na vida como passagem e aprendizado. Ao longo da história da humanidade, muitos povos demonstraram interesse em entender mundos terrenos e espirituais.
A ciência busca vestígios de outras vidas, às vezes flerta com a existência de multiversos – seria o universo apenas uma de infinitas variações dele próprio? Seremos nós, uma de muitas possibilidades de nós mesmos? No mundo terreno, no espiritual, na física, na filosofia e na dança cabe questionar a realidade e crescer com a experiência, algo capaz de fazer emergir a nossa humanidade e instaurar um karma coletivo. Karma reflete sobre o início e fim dos corpos, das falas, pensamentos e ações.
Ao buscar inspiração na infinitude do cosmos através das pesquisas de Sagan, perguntamos: se o universo tem mais de 13 bilhões de anos e somos os segundos finais desse tempo, é mesmo possível chegar a alguma conclusão? A livre poesia da palavra karma deflagra perguntas sobre os desejos – quais movimentos repetimos? Quais as ações cotidianas e quais palavras proferimos ou pensamos mais vezes? Karma fala de um imenso silêncio chamado universo, aborda o desconhecido e o imprevisível, reflete as escolhas e o encontro com o próprio eu através do outro, traz inspiração para o movimento no presente, passado e futuro, instaura bolhas atemporais que se expandem pelas vivências que nos guiam em cena.
Equipe técnica
Direção, concepção e produção: Maria Claudia Reginato e Rodolfo Lorandi
Bailarinos e facilitadores: Maria Claudia Reginato e Rodolfo Lorandi
Interlocução artística: Diana Gilardenghi
Produções locais: SESC e Maxell Sandeer Flôr
Preparação corporal: Jovita Bonsiepe, Valentina Bonsiepe e Catarina Cortez
Direção audiovisual, luz e som: Dayane Ros
Design gráfico: Jean Pierre e Natália Barreira
Assessoria de imprensa: Néri Pedroso
Sobre Rodolfo Lorandi – Mestrando em teatro (Udesc), bailarino e coprodutor da Grão Cia. de Dança, professor de dança de Salão na Cenarium Escola de Dança e na Fundação Simpozio, ambas em Florianópolis, bacharel em educação física (Udesc), pós-graduado em Gestão Cultural (Senac-SP), membro ativo do grupo de economia solidária Banco do Tempo de Florianópolis, parceiro de dança de Maria Claudia Reginato. Microempreendedor individual na área de produção e gestão cultural. Produtor cultural do projeto Miscelânea em Residência – Experimento em Multiarte e Economia Solidária (Elisabete Anderle 2017) e do projeto Grão Cia. de Dança – Existência, Difusão e Manutenção da Companhia (Elisabete Anderle 2017), diretor do projeto Karma – Circulação SC (Elisabete Anderle 2017) e Karma (Primavera Cultural Santa Catarina 2017). Produtor e professor do projeto Dança de Salão e seus Diálogos Contemporâneos (Primavera Cultural SC 2017). Foi membro do Conselho Municipal de Cultura de Florianópolis (CMPC) e conselheiro do Setorial da Dança de Florianópolis (2015-2017).
Sobre Maria Claudia Reginato – Microempreendedora individual no ramo de sustentabilidade, professora na Cenarium Escola de Dança. Formada em administração (UFSC), começou em 2008 carreira com Rodolfo Lorandi, com quem desenvolve o projeto Karma que conquistou o Prêmio Klauss Vianna de Dança 2015 e circulou o Norte do Brasil. Codiretora do projeto Miscelânea, bailarina da Grão Cia. de Dança, obteve o Prêmio Elisabete Anderle 2014 que permitiu circular o Sul do Brasil. Ministrou oficinas, apresentou obras em eventos como Salão Arena, Baila Floripa, Prêmio Desterro, Baila Costão, Dança Porto Alegre, Miscelânea, Samba Maníacos. Presente em edições da Semana da Cultura Latina (SP), Congresso Mundial de Tango de Florianópolis e de Buenos Aires, Bailas Floripa e Bailas Costão, em Florianópolis.
Diana Gilardenghi – Na Argentina, onde nasceu, cursou dança clássica e integrou os grupos Plastercaster, Duggandanza e Potlach. Em Florianópolis, onde vive, fez parte do grupo Ronda. Atualmente participa do Coletivo Mapas e Hipertextos. Em 1980 fez dança contemporânea, no Teatro General San Martin, na Argentina. Participou da pesquisa Solos de Silêncio (Elisabete Anderle 2013). Performer no projeto Casa, de Lucila Vilela (Elisabete Anderle 2010/13). Conquistou o Prêmio Klauss Vianna 2008 com Um Duplo, em 2011, com Em Constante, o Rumos Itaú Cultural 2000, com Crosta. Participou de cursos/workshops: Corpo Presente; residência artística Modo Operativo AND; oficina/videodança. Convidada de inúmeros laboratórios, processos de criação e apresentação de performance, dinâmicas do movimento, dança teatro, oficinas para deficientes visuais. Estudou interpretação teatral com Jovita Bonsiepe. Formada em massagem ortopédica com Dr. Hendrickson Berkeley, EUA (1997) e em terapia Cranio Sacral do Upledger Institut, Berkeley, EUA (2006). Formação em Gyrotonic Method de Juliu Horvath, São Francisco, EUA (1996). Formação em Pilates no Physical Mind Institute em Sta Fé, Novo México. Bacharel em biologia pela UFSC. Participou do corpo performático do Butoh Dance Company em turnê pelo Japão, em 1996. Participou de atividades laborais no estúdio A Body of Work, em São Francisco, EUA. Participou do Evolutionary Studies of Human Montion com Jane Brown, em Oakland, EUA.
Dayane Ros – Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015, é repórter, fotógrafa, cinegrafista, roteirista e editora. Faz documentários e videodança. Atualmente trabalha como free-lancer na área de foto e vídeo, registra principalmente eventos artísticos como o Festival Internacional de Teatro de Animação (Fita) e Dança em Cena. Em 2016 e 2017, circulou como fotógrafa e iluminadora com bailarinos da Cia. Grão por Santa Catarina e pela região Norte do Brasil. É também graduanda de artes cênicas na UFSC, com foco de pesquisa nas temáticas de iluminação, videodança e documentário. No meio artístico, é bailarina de danças urbanas e de salão, foi integrante dos grupos Hip Hop Soul e Cia. Nando Berto. Ao longo da sua trajetória, participou de importantes eventos como Festival Internacional de Hip Hop, Festival de Dança de Joinville, Prêmio Desterro, Baila Floripa e Copa Brasil Forró.
Performance Karma
Local: Furb, Sala Caixa Preta, campus 1, Departamento de Artes, Rua Antônio da Veiga, nº 140, bairro Itoupava Seca.
Datas:
– Segunda-feira (5) – Performance às 19h (40 min) | Oficina: 20h30min (1h30 de duração)
– Terça-feira (6) – Performance às 8h (40 min) | Oficina: 9h30min (1h30 de duração)
Acesso: Gratuito, ingressos 30 min. antes no local
Classificação livre / conversa ao final
Realização: Governo do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura, Funcultural e Edital Elisabete Anderle/2017
Apoio: Serviço Social do Comércio (Sesc), Associação de Dança de Criciúma (ASDC), Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (Unesc), Dança Criciúma, Coletivo Flor e Ser, Associação Catarinense de Dança (Aprodança), Cenarium Escola de Dança, Grão Cia. Dança, Nawábare, Girotonic