Texto e fotos: Sérgio Antonello / FCB
O Museu de Hábitos e Costumes completou oito anos de atividade na última quinta-feira (27/09/18). O local possui acervo representativo do universo do vestir, costurar, brincar, morar e viver em Blumenau desde o fim do século XIX até a atualidade. Grande parte da coleção doada à Fundação Cultural de Blumenau foi reunida pela senhora Ellen Weege Vollmer.
São peças de roupas masculinas e femininas, chapéus, sapatos, bolsas, acessórios diversos, brinquedos, objetos de uso doméstico que, individualmente ou em conjunto, conduzem cada visitante a uma identificação com os hábitos e costumes ali referenciados em seus diferentes contextos históricos, culturais e sociais. Uma verdadeira fonte para pesquisa e apreciação.
O museu funciona em um imóvel que pertenceu ao comerciante, industriário, político e cônsul da Alemanha, Gustavo Salinger. O empreendedor trabalhou em conjunto com os capitalistas e industriais da cidade para o engrandecimento local. No final do século XIX, Blumenau já se destacava como centro econômico, tendo empresas conhecidas pela sua vida comercial, trabalhando com importação e exportação, como a de Gustavo Salinger.
A sua presença na cidade era pulsante. Trabalhou como vereador e foi eleito, em 1889, presidente da Câmara. Em 1898, junto a outros 15 comerciantes da região, organizaram a Associação Comercial de Blumenau, a fim de fortalecer o comércio do município, promovendo e incentivando a produção e amparando a exportação e importação.
Homem de visão que liderou vários movimentos em prol do crescimento da cidade, como a formação da Acib, formou a sociedade de energia elétrica junto a Pedro Christiano Feddersen. Suas atividades sociais se estendiam também às ações culturais, sociais e filantrópicas. Faleceu aos 71 anos em 1920.
Edificação comercial
A sede do museu fica na esquina da Rua Alvin Schrader com a Rua XV de Novembro. Neste espaço funcionou, em um primeiro momento, o comércio de Gustavo Salinger. Após o falecimento do proprietário, a edificação teve várias funções. Entre os anos de 1930 a 1950, foi sede do Banco do Comércio. Para dar sustentação e guarda aos valores desse empreendimento, foi incluído, nesse patrimônio arquitetônico, um cofre.
Anos mais tarde, sediou por longos anos uma distribuidora de tecidos, posteriormente serviu como comércio de produtos de cristal denominado Casarão dos Cristais. Anexo a ele foi incluído um mostruário de produção de cristal. Após a extinção deste comércio, a edificação ficou fechada por alguns anos. Por tratar-se de uma edificação que fazia parte do patrimônio de uma empresa local, a mesma entrou em acordo com o município, o qual destinou este prédio para a Fundação Cultural de Blumenau.
Ao receber a doação do acervo de Ellen Vollmer, destinou essa área para sediar o Museu de Hábitos e Costumes, inaugurado em 27 de setembro de 2010 e legitimado pelo Decreto 9.775, de 10 de julho de 2012, entrando em vigor a partir da data de sua publicação, em 16 de julho de 2012.
Visitas de escolares e outros grupos devem ser agendadas previamente, não sendo cobrado ingresso nesse caso específico. O MHC também recebe grupos agendados para visitas noturnas e em horários diferenciados. É cobrado ingresso de R$ 5 para o acesso às exposições, sendo meio ingresso para estudantes e professores, e gratuidade para idosos acima de 60 anos e crianças até 8 anos. São desenvolvidas exposições de longa, média e curta duração com o acervo pertencente ao museu, assim como com acervo particular.
Museu de Hábitos e Costumes
Atendimento público: de terça-feira a domingo, das 10h às 16h. Nas segundas-feiras o espaço permanece fechado, apenas com expediente interno
Endereço: Rua XV de Novembro, 161 – Centro
Fone: (47) 3381-7514