Por Andréa Leonora, editora da coluna “Pelo Estado”
Se Santa Catarina fosse um país e se as eleições fossem hoje, Jair Bolsonaro seria o presidente eleito. Como mostra o gráfico ao lado, elaborado a partir do resultado da pesquisa eleitoral de intenção de voto aplicada pelo Real Time Big Data (RTBD), o candidato à presidência pelo PSL já conquistou 41% dos votos dos catarinenses. O adversário que chega mais próximo é Fernando Haddad, do PT, com 14%.
Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) estão empatados em terceiro lugar com 5% cada. João Amoêdo (Novo) ficou com 4%, Álvaro Dias (Podemos), com 3%, e Henrique Meirelles (MDB), com 2%. Outros candidatos somaram 1%, brancos e nulos, 12%, enquanto a taxa de indecisos ficou em 8%.
Comparando esta pesquisa com a divulgada pelo RTBD no início de setembro, é clara a variação no posicionamento dos eleitores. Aquele foi o primeiro levantamento feito sem o nome do ex-presidente Lula e ainda sem definição sobre a candidatura de Haddad para presidente. Naquele momento, ainda de pouco tempo de propaganda eleitoral de rádio e TV, Bolsonaro já despontava na liderança, mas com apenas 29%. Alckmin aparecia com 9%, Marina com 7%, Amoêdo com 6%, Dias, Ciro e Haddad com 5% cada, e Meirelles com 2%.
Com a confirmação de Haddad como candidato à presidência da República pelo PT, as candidaturas que mais desidrataram foram as de Alckmin, Marina, Amoêdo e Dias. Ciro e Meirelles se mantiveram estáveis.
No comparativo das duas pesquisas, percebe-se muita migração de votos entre os candidatos, além da queda de nulo/brancos, que antes eram de 16% e 15%, respectivamente.
O reflexo das preferências nacionais na disputa estadual
A grande distância de Bolsonaro em relação a Haddad na intenção de votos dos eleitores catarinenses para a presidência não se reflete na corrida para o governo do Estado. Por aqui, o candidato Comandante Moisés, do PSL, mesmo partido do líder nas pesquisas nacionais, aparece com apenas 6% na preferência do eleitorado.
Já Décio Lima, do PT, tem exatamente o mesmo índice de Haddad, ou seja, 14%. Na pesquisa anterior ele aparecia com 16% e ainda embolado com Mauro Mariani (MDB) e Gelson Merisio (PSD). Portanto, a rápida subida de Haddad, que entrou bem depois dos outros na disputa ao Palácio do Planalto e mesmo assim vem elevando os índices rapidamente, não se refletiu para Décio Lima.
Outra contradição entre candidatura nacional e estadual vem do MDB. Em Santa Catarina, o candidato do partido ao governo, Mauro Mariani, está na liderança com 24% na pesquisa estimulada e 13% na espontânea. Índices muito diferentes do representante nacional do MDB, Henrique Meirelles, que, mesmo tendo sido ministro e presidente do Banco Central, não consegue decolar.
Aliás, no caso de Santa Catarina, a distância entre os índices de Mariani e Meirelles mostra que os emedebistas do estado não estão levando o nome do ex-ministro nas atividades de campanha. Isso só comprova o descolamento – e as diferenças – entre o MDB estadual e o nacional.
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O projeto Cobertura Eleições SC 2018 – Jornais Impressos e Digitais traz hoje as intenções de votos dos catarinenses para a presidência da República. A pesquisa foi encomendada pelo Grupo RIC/RIC TV/Fecomércio e tem a parceria para divulgação da Associação de Diários do Interior (ADI-SC) e da Associação dos Jornais do Interior (Adjori/SC), além de veículos independentes.
A pesquisa foi realizada pela empresa Real Time Big Data entre os dias 21 e 22 de setembro, quando foram entrevistados 1.110 eleitores nas regiões Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Norte, Oeste, Sul e Serra. A margem de erro é de 3% e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) sob o número 09920/2018.
Cobertura Eleições SC 2018 – Jornais Impressos e Digitais
Equipe editorial: Andréa Leonora (ADI-SC) | Douglas Rossi e Murici Balbinot (Adjori-SC) | Arte: Allan Salvatti (Adjori-SC)
Pesquisa: RIC/Fecomércio/Real Time Big Data, Registro: BR-09920/2018, com parceria de divulgação da ADI-SC e da Adjori-SC
Período: 21 a 22/set/18 | Pesquisa Quantitativa | 1.110 entrevistados | Margem de Erro: 3,0% | Nível de Confiança: 95%