Por Bruna Gabriela Ziekuhr
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 7 milhões de pessoas morrem anualmente pelo tabagismo, dessas, 900 mil são vítimas de fumo passivo. Para reforçar a necessidade de sensibilizar e mobilizar a população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco, no dia 29 de agosto comemora-se mais um Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data foi criada em 1986, pela Lei Federal 7.488, e tem o intuito de mobilizar a população sobre os riscos do cigarro e inaugura a normatização voltada para o controle do tabagismo como problema de saúde coletiva.
O cigarro continua sendo a principal causa de morte evitável do mundo. Dados apontam o Brasil, signatário da Convenção Quadro, como um dos exemplos de maior sucesso nas ações para a redução do tabagismo. A porcentagem de fumantes com mais de 15 anos de idade, que chegava a 30% em 1990, caiu atualmente para cerca de 10%. Hoje, fumamos menos do que os americanos (15%) e do que todos os europeus. Mas, apesar da diminuição, ainda estamos entre os dez países com maior número absoluto de fumantes, ao lado de China, Índia, Indonésia, Estados Unidos, Rússia, Bangladesh, Japão, Alemanha e Filipinas.
Segundo o diretor técnico do Hospital Dia do Pulmão de Blumenau (SC), Dr. Mauro Sérgio Kreibich, os malefícios do cigarro não atacam somente o pulmão, o tabagismo também pode causar sérios problemas para a saúde cardiovascular.
“As substâncias presentes no cigarro causam lesões na parede interna dos vasos sanguíneos, o chamado endotélio, interferindo assim, na produção de uma substância protetora conhecida como óxido nítrico, fazendo como que as artérias fiquem mais suscetíveis ao acúmulo de gordura”, revela Kreibich.
A monóxido de Carbono, componente do cigarro, compete com o Oxigênio celular, impondo ao organismo uma carência e potencialização dos danos circulatórios indiscutíveis. Além disso, o vício pode acelerar o processo de oxidação do colesterol e aumentar a formação da placa de aterosclerose, influenciando no surgimento de outras doenças, como a hipertensão e o diabetes.
Pesquisas da OMS afirmam que nos últimos anos, a prevalência de fumantes caiu de 15,7%, em 2006, para 10,1% em 2017. Para auxiliar neste processo da abstinência, a prática de exercícios físicos, associados a um hábito de vida mais saudável, pode ser uma distração eficaz contra o desejo de fumar.
O exercício tem a capacidade de liberar endorfinas que podem combater a ansiedade e o mau humor associados a falta do cigarro. Por este motivo, a atividade está ligada a diferentes benefícios para a saúde e bem-estar da pessoa.
“Um dos benefícios de caminhar ou correr de forma regular para os fumantes, é o de superar os sintomas da síndrome de abstinência, causada pela privação da nicotina no cérebro do indivíduo”, finaliza o diretor do hospital.
A prática regular auxilia o fumante durante o processo de desintoxicação, pois durante o exercício, o corpo humano libera um hormônio chamado endorfina, causando uma sensação de alivio e conforto, resultando na redução da dependência da nicotina.
O diretor do hospital alerta para os diversos dados ao coração, causados pelo hábito de fumar, entre eles:
– Causando o espessamento do sangue, o que dificulta o transporte de oxigênio (por meio da circulação) aos pontos mais extremos do corpo;
– Aumentando a pressão e o ritmo cardíaco, o que força o coração a trabalhar mais;
– Reduzindo as taxas de colesterol “bom” (HDL) e aumentando o colesterol “ruim” (LDL) na corrente sanguínea;
– Gerando ritmo cardíaco anormal e aumentando a reação inflamatória do corpo, o que favorece o aparecimento de placas de gordura nas artérias;
– Endurecendo as paredes das artérias, deixando-as mais estreitas e dificultando assim o bombeamento de sangue pelo músculo cardíaco.