Querem cortar uma bela e enorme figueira no bairro Victor Konder

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Texto e fotos: Luciano Bernz

Nossa equipe recebeu a denúncia sobre o corte de uma bela e enorme figueira. Ela seria cortada na quinta-feira (19), mas a decisão da data foi alterada na tarde desta quarta-feira (18). Semana passada, fomos conferir os detalhes que envolvem esta situação, e percebemos que a decisão divide a opinião dos moradores.

A figueira está localizada na Rua Henrich Hosang 375 (Victor Konder), em frente ao Condomínio Porto Real. Ela liga a Rua São Paulo à Rua Sete de Setembro e fica atrás do Corpo de Bombeiros. Muitos moradores do prédio são contra, pois dizem que quando compraram os apartamentos, uma das coisas que os encantou foi justamente a presença desta figueira.

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Pelos relatos de uma moradora que prefere não se identificar, quando o prédio estava sendo construído, moradores da redondeza protestaram contra o corte da árvore. Segundo ela, na época a FAEMA obrigou a Construtora Torresani a proteger a árvore. No entanto, a moradora também nos disse que o tronco da árvore não será removido.

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O que eles não entendem, é porque durante a construção tiveram que proteger e como agora autorizam o corte. Técnicos da FAEMA avaliaram que as condições da figueira estão ótimas.

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Segundo o presidente da FAEMA Jean Nalmann, tudo foi feito exatamente dentro da lei. Ele explicou que por se tratar de uma árvore exótica, não há necessidade de autorização, diferente de árvores nativas. Mas, como foi feito o pedido de corte, um técnico foi até o local e verificou que nada impede que ela seja cortada.

Muitos moradores do condomínio receberam a notícia com indignação, e não entendem o porque do corte. A árvore traz muitos pássaros, e vários ninhos podem ser encontrados em seus majestosos galhos.

O arquiteto Alfredo Lindner, tem se empenhado através de seu perfil no Facebook para que evitem o corte. Segundo ele (e também passado para nossa equipe semana passada), uma das razões para a retirada da Figueira, é a concessão do Habite-se pela prefeitura para o edifício construído ao lado. A construção foi aprovada na gestão do prefeito João P. Kleinubing. Somente uma ação civil pública de alguma entidade organizada, como por exemplo a Acaprena, poderá evitar esta ação.

Algumas árvores marcaram a cidade. Uma outra figueira na prefeitura que morreu e um tamarindo transplantado na Itoupava Seca, que depois virou apelido da Ponte. Em uma desastrosa poda que a prefeitura fez, o tamarindo quase morreu. O fato foi citado em várias reportagens, com muitas manifestações indignadas.

O fato é que, daqui a pouco, árvores centenárias do município irão desaparecer. Em uma cidade com pretensões turísticas, a palavra de ordem deveria ser preservar e não derrubar.