No dia 13 de fevereiro, um homem de 68 anos, que mora em Ponta Cunhã, Microrregião Oeste de SC, teve sintomas de febre de chikungunya. No dia seguinte foi internado para receber tratamento e três dias depois recebeu alta. O diagnóstico foi confirmado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) de Santa Catarina, uma investigação estabeleceu a correlação com o caso de outro paciente. Ele adquiriu a doença fora do Estado e apresentou os primeiros sintomas no dia 31 de janeiro. Os dois moram no mesmo bairro de Ponta Cunhã, o que reforça que a primeira transmissão da doença neste ano dentro do Estado, tenha ocorrido por causa dessa proximidade.
Foram tomadas todas as medidas de bloqueio de transmissão, com apoio da equipe da Gerência de Saúde da ADR Chapecó. Elas contemplam a eliminação, adequação e tratamento químico de depósitos com água e pulverização espacial de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV).
A DIVE reforça a importância da população procurar atendimento imediato caso apresente sintomas de febre de chikungunya. Os sintomas incluem febre de início repentino e dores intensas nas articulações, principalmente pés e mãos, dedos, tornozelos e pulsos, associadas ou não à presença de edema.
Podem ocorrer, também, dores nas costas, cefaleia, mialgia e manchas vermelhas na pele. Além disso, é fundamental a intensificação das ações de prevenção com a eliminação de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti.
A doença
É uma infecção viral causada pelo vírus chikungunya, que se apresenta de forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evolui para as fases subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa “aquele que se curva”.
Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias em cidades com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da febre de chikungunya e apresentarem os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.
Dados epidemiológicos
No período de 31 de dezembro de 2017 a 3 de março de 2018, foram notificados 84 casos de febre de chikungunya em Santa Catarina. Desses, 56 (67%) foram descartados, 24 (29%) permanecem como suspeitos sob investigação pelos municípios e 4 (4%) foram confirmados. Destes, três são importados e um é autóctone, de pessoa residente no município de Cunha Porã.
Na comparação com o mesmo período de 2017, quando foram notificados 134 casos, houve uma redução de 37% na notificação de casos em 2018, com 84 casos notificados. Em relação a confirmação de casos no mesmo período de 2017, foram registrados oito casos importados e nenhum caso autóctone.