Meu pet precisa passar por um procedimento anestésico. Existe risco? O que devo me preocupar?

 

Por Adil Salomão Martins, Médico Veterinário 

Uma coisa é fato, nossos animais de estimação fazem parte de nossa família, acompanham nosso dia a dia e recebem todo carinho e atenção por parte de seus tutores, isso inclui cuidados estéticos, prevenção de doenças através de vacinas e visitas periódicas ao médico veterinário.

A medicina veterinária vem evoluindo de forma intensa e ascendente no que diz respeito às especialidades, diagnósticos e tratamentos disponíveis, contamos com profissionais altamente qualificados na grande maioria, e temos acesso a exames que há algum tempo atrás eram pouco acessíveis e de alto custo. Isso faz com que procedimentos anestésicos, seja para fins diagnósticos (endoscopia, RX, tomografia etc.), ou cirúrgicos aumentem consideravelmente.

A primeira dúvida do tutor é quanto a segurança da anestesia a ser realizada. Existe risco? Qual é o risco?

Sim, toda anestesia possui um risco inerente a este tipo de procedimento, porém é extremamente baixo, sendo em torno de 0,17% em cães e 0,24% em gatos. O que significa que aproximadamente 1 em cada 1.000 cães e 2 em cada 1.000 gatos podem apresentar algum tipo de complicação.

A segunda dúvida se refere a idade do paciente. Meu pet é “velhinho”, ele pode passar se submetido a uma anestesia?

Sim, a idade não é o fator limitante, a avaliação clínica e os exames solicitados pelo anestesista é que vão realmente nos dizer sobre o estado de saúde do paciente e se está ou não apto a ser submetido ao procedimento anestésico. Portanto, o conceito de que animal idoso não deve ser anestesiado é MITO, basta fazer uma analogia com a medicina humana, onde pacientes idosos são anestesiados de forma rotineira e com muita segurança.

O médico veterinário anestesista é o responsável pela avaliação pré-operatória, solicitação dos exames pré-cirúrgicos. Sim, nunca submeta seu pet a qualquer tipo de procedimento anestésico/cirúrgico sem a realização de exames, como hemograma, função renal, hepática, glicose e em alguns casos avaliação cardiológica. E assim de acordo com exame físico e exames complementares definir em qual classificação de risco anestésico o paciente se encontra (classificação de acordo com Sociedade Americana de Anestesiologia).

Existem modalidades anestésicas muito modernas e seguras, como bloqueios locorregionais, anestesia intravenosa total e anestesia intravenosa parcial, cabe ao profissional capacitado definir qual o melhor para seu pet. Por isso sempre procure por locais com uma estrutura física adequada e com profissionais qualificados, tire todas as dúvidas e assegure que seu animalzinho passará por um procedimento seguro e sem dor. Uma dica: peça para conversar com anestesista e conhecer o local onde será realizado o procedimento!!!