Por Marcos Reichardt Cardoso
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Santa Catarina (SBCP-SC) e o Instituto para o Desenvolvimento do Ensino e Ação Humanitária (Fundação Ideah) realizam nos dias 13 e 14 de novembro uma ação social para operar gratuitamente pessoas com as chamadas orelhas de abano.
As otoplastias antecedem o 54º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, que reunirá centenas de especialistas do País e do exterior no Centro de Convenções de Florianópolis (CentroSul), de 15 a 18 de novembro.
Estima-se que 50 pacientes sejam operados em hospitais públicos e clínicas particulares de diferentes regiões do Estado por cerca de 30 cirurgiões plásticos e nove médicos residentes. A maior parte dos procedimentos será feita no Hospital da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) e no Hospital Infantil Joana de Gusmão, ambos na Capital.
Os pacientes foram encaminhados pelos postos de saúde de suas cidades. É neles que começa o processo. Após consulta médica no posto, o paciente é encaminhado a um cirurgião plástico. Se houver indicação de cirurgia, ele aguarda chamada em hospital público.
Segundo o chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do HU/UFSC e coordenador da iniciativa, Zulmar Accioli, “Santa Catarina tem uma cirurgia plástica muito unida e preocupada com as ações sociais, pois os recursos dos hospitais públicos são escassos. Para se ter ideia, nove dos 12 cirurgiões do Serviço do HU são voluntários”.
Somente neste ano, a SBCP-SC promoveu a remoção do excesso de pele de oito ex-obesos mórbidos em agosto e a reconstrução de mamas em 65 mulheres mastectomizadas total ou parcialmente por causa do câncer durante a campanha Outubro Rosa.
A orelha de abano é uma malformação que altera a estética do pavilhão auricular. Apesar de não existirem problemas clínicos de audição associados a esta ocorrência, pode causar distúrbios emocionais e bullying, afligindo principalmente crianças em idade escolar a ponto de muitas não quererem mais ir às aulas.
Não houve chamamento público para se inscrever nesta ação, porque os pacientes já foram selecionados. A ação irá ampliar a quantidade de cirurgias, envolvendo clínicas particulares e médicos voluntários. Desta forma, quem tiver interesse em realizar cirurgias em hospitais públicos deve iniciar o processo pelo posto de saúde de seu bairro.