Por Claus Jensen, com fotos de Luiz Carlos Zimmermann
A noite desta segunda-feira (6/11/17) foi especial para os 50 músicos que estiveram no palco do Teatro Carlos Gomes. Tocando do popular ao erudito, o Grupo de Sopros da Escola de Música do teatro encantou o público que assistiu gratuitamente a apresentação.
Esse é o primeiro grupo sob a regência de João Bridi, de 29 anos, natural de Brusque. Formado na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, em Curitiba, onde estudou flauta transversal, ele ensina a tocar o instrumento há 9 anos na Escola de Música de Blumenau. O primeiro grupo que abriu as portas para ele quando chegou aqui na cidade em 2012, foi a Banda Municipal, onde faz questão de tocar até hoje.
Para ele, a apresentação de segunda-feira superou as suas expectativas. Foram 50 músicos, entre solistas, alunos e profissionais, que tocaram além dos instrumentos de sopro, percussão e tímpano (tambor usado nas orquestras).
O tempo curto dos ensaios semanais que acontecem há 4 anos, quando o grupo foi criado, não interferiu no belo resultado. “A ansiedade nos últimos ensaios, quando algumas coisas começam a dar erradas fez alguns entrar em desespero.Mas o resultado apresentado hoje foi bastante positivo”, pondera Bridi.
Para joão o maior desafio nem é a questão musical e sim o gerenciamento das pessoas. “A maioria não vive da música e tem seus compromissos. O maior desafio é transformar 50 pensamentos diferentes em um só na hora que está expressando uma emoção”.
A maioria dos arranjos ele pega prontos, mas adapta para o grupo de sopros. “Não é uma formação clássica de banda sinfônica, por isso mesmo o chamamos de grupo de sopros. É uma formação genérica. Eu não tenho oboé e fagote, então tenho que transcrever as músicas para outros instrumentos”.
A peça mais desafiadora, foi a abertura da ópera “A Flauta Mágica”, um clássico de Wolfgang Amadeus Mozart. “É uma peça muito densa, comprida e de dificuldade técnica. Por ser música erudita, qualquer erro aparece mais”. Quando envolve solistas, a qualidade final da música depende muito deles, já que o grupo acaba seguindo sua performance.
Questionado sobre o interesse das pessoas pela música clássica ou erudita, Bridi disse que hoje em dia, e especialmente na nossa região, é difícil sobreviver focado nesses estilos. Para cativar o público misturou alguns estilos. “Temos muitos filmes de temática épica e medieval, que substituíram o que antes era tomado pela música clássica. Temas de Games of Trones e Star Wars, permitem um pé no erudito e outro no popular”.
