Fotos e texto: Luciano Bernz
Em assembléia realizada na manhã desta quarta-feira (21) em frente a Prefeitura Municipal de Blumenau, os servidores públicos municipais declararam oficialmente a grave. Em votação que aconteceu por volta de 9h50min, a decisão foi unânime pela continuidade da greve, não aceitando assim a proposta oferecida pela prefeitura.
Segundo a presidente do SINTRASEB, Sueli Adriano, o sindicato já deveria ter deflagrado a greve no ano passado. Existe uma margem de 13% na lei de responsabilidade fiscal, porque hoje os gastos da prefeitura com os servidores só chega à 45%.
Acompanhe as considerações de Sueli Adriano em relação à greve
Nós deixamos o governo Napoleão chegar, sentar, analisar as contas, respeitamos os votos que ele recebeu nas urnas e toda a caminhada de um ano. Poderíamos ter deflagrado a greve já no ano passado, mas entendemos que era inicio do governo.
O que a categoria não aceita mais, é ficar aguardando que algum dia seja eleito um prefeito que diga que vai sobrar dinheiro para valorizar os servidores. Isto não vai acontecer. Então, como tem margem de 13% na lei de responsabilidade fiscal, nós acreditamos que o governo pode avançar com uma política a longo prazo para nossas perdas. Nós já apresentamos no ano passado uma proposta de 5,3% ao ano. Mas, ele não pode reajustar. Então quanto ele poderá? Que assuma pelo menos 1, 2, 3%… e nós vamos puxar a ajuda dos trabalhadores para aumentarmos essa receita.
Tem que parar de dar isenção para empresas de grandes empresários, porque nós trabalhadores temos que pagar IPTU. Tem muitos grandes empresários que não pagam. E se o bolo é mesmo, as fatias que faltam são as desses empresários.
Estamos com um serviço público precário. Estamos vendo os servidores indo trabalhar doentes. Não dá pra dizer: ah, não tá contente pede a conta e vai embora. Somos apaixonados pelo que fazemos, e queremos ficar nessa empresa que é a prefeitura. Só precisamos ser mais valorizados pelo executivo municipal.
Nós vimos a nota que foi divulgada na terça (20) pela prefeitura. Respeitamos a posição deles, mas teve acordo na mesa de negociação, em que os dados do DIESE são reais. O que não entendemos, é que se esses dados são reais, porque não conseguimos avançar? Se existe a margem de 13% na lei de responsabilidade fiscal, qual é o problema? Essa lei em alguns governos já foi vilã, não podia ser dado nada porque já estava no limite, em torno de 51 a 54%. O município hoje gasta 45%. Então tem margem, dá pra aumentar sim.
É só tentar encolher as funções gratificadas, os comissionados, os 30 milhões que são gastos com as terceirizadas. Nós esperamos que o governo faça uma melhor avaliação, e nos atenda para que possamos sair desse movimento de greve.
A presidente do sindicato também ressaltou, que não era de interesse de ninguém estar no movimento de greve neste momento e pediu o apoio da população.
Nós gostaríamos que a população entendesse o seguindo principio: Tire 30% do seu salário para ver como fica! Não estamos querendo que o governo reponha toda essa perda, mas que faça uma projeção para o futuro, porque nós não queremos prejudicar a população. Não queríamos estar aqui. Demos um prazo de um ano e quatro meses. Foi bastante tempo.
Respeitamos a posição da população, quando muitas vezes é contrária a esse movimento sindical, mas esse é o momento, não temos outra saída. Agradecemos a todos que tem contribuído conosco, muitos pais tem apoiado o movimento. Fizemos uma panfletagem ontem nos terminais e a população entendeu a nossa adesão à greve, e irão estar conosco nos próximos dias. Esperamos que o governo nos atenda, e que este seja o primeiro e último dia da greve.