Dica: visitar a 4ª temporada de exposições do Museu de Arte Moderna de Blumenau

Exposição "Segredos que habito"

 

Por Claus Jensen, com cobertura (fotos, filmagem e entrevista) de Luiz Carlos Zimmermann

Na última quinta-feira (14/9-17) foi aberta a 4ª Temporada de Exposições do Museu de Arte de Blumenau (MAB). O evento aconteceu na Fundação Cultural de Blumenau, com presença dos artistas que estão expondo os seus trabalhos, vindos do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e também de Santa Catarina. O período de visitas vai até 22 de outubro, de terça-feira a domingo, das 10h às 16h.

 

 

Durante a abertura, houve declamações de poetas e escritores representado a Sociedade Escritores de Blumenau (SEB) e Academia de Letras de Blumenau (ALB). A Banda Municipal de Blumenau se apresentou com a formação para a Oktoberfest, quando vira a Banda Stadtkapelle. O público também conheceu o “Experimento: Revelação fotográfica através da retina” de Ivan Schulze, e a “Paisagem Sonora”, de Alexandre Venera dos Santos.

 

 

O blumenauense que mora há 51 anos no Rio de Janeiro (RJ), veio para lançar seu livro “Serei preso por falar Alemão?”, da editora Autografia. Baseado em fatos reais, a obra de ficção escrita por Jorge Zimmermann lembra o período em que o alemão era proibido no Brasil, durante a 2ª Guerra Mundial, quando o presidente Getúlio Vargas declarou guerra à Alemanha. Os que falavam, sofriam severas punições das polícias na época. Você pode acompanhar a entrevista que fizemos com o autor na fanpage Blumenauense.

 

 

Giovana Casagrande, Claudia Lara e Leila Alberti

 

As artistas paranaenses Claudia Lara e Giovana Casagrande (Curitiba-PR), junto com a catarinense Leila Alberti (Quilombo-SC), mostram as suas obras, em que usam a matéria têxtil atrelada ao resgate das artes femininas, junto com todas as questões de imposições sociais e preconceitos modernos. Elas extraem segredos dos fios, dos bordados, dos tecidos, das pedras e das operações possíveis, como costurar, bordar, alinhavar, cerzir, dobrar, franzir, amarrar, pendurar e urdir. Claudia mora em Curitiba, mas a sua mãe nasceu em Blumenau, um fato que influenciou seu trabalho, abordado durante a entrevista.

 

 

 

Sonia Beltrame, chama a atenção com sua uma instalação feita por faixas cirúrgicas bordadas com fios pretos de diversas espessuras. A autora se interessa pela ambivalência contida no fato dos fios servirem para rasgar, prender, amordaçar – “ao mesmo tempo em que podem remendar, alinhavar, aproximar…” A obra remete a corpos em processo de cura, reforçada com o título, retirado de versos do poeta Gregório de Mattos: “Quem não cuida de si que é terra erra/Firmar-lhe a vida em atadura, dura”. “ Sonia nasceu em Lages (SC) e atualmente vive e trabalha em Florianópolis. Desenvolve sua pesquisa e estudos em arte contemporânea dedicando-se a produção de obras nas áreas do desenho, do bordado e da escultura.

 

 

 

A série “Lapidação”, da arquiteta e artista Ana Mähler, surge a partir de estudos de pedras preciosas e suas técnicas de lapidação. Gaúcha de Santa Cruz do Sul, ela mora em Porto Alegre onde desenvolveu o trabalho que transpõe o campo da arte, através da pintura criando a ilusão da tridimensionalidade do plano pictório, aliado a composição de cores e suas escalas tonais. Em Blumenau foi a primeira vez que reuniu toda a série e na entrevista do vídeo, ela explica como um acontecimento negativo inspirou suas criações.

 

 

As obras Safira e citrino fazem referência as pedras e as suas propriedades enquanto minerais, tem suas especificidades na lapidação com formas de ângulos próprios. Em ambas utilizou chapas de acrílico pintadas e uma caixa acrílica transparente incrustada com materiais que fazem referência a pedra. Na obra Safira, o elemento é o ouro metal que geralmente serve de suporte para a pedra no design de joias representados na obra com folhas de ouro dentro da caixa de acrílico. Na obra citrino usou um espelho para representar a prata metal que reflete parecido com espelho. O espelho e facetado para mostrar outros ângulos do Entorno, conectando a obra com o espaço onde está inserido e com o observador, inserindo-os como parte da obra.

 

 

 

O paulistano Edu Silva, apresenta a exposição “Ruptura”, que tem como ponto de partida questões sociais raciais e espaciais. Durante o fazer artístico, surgem dinâmicas não previstas que ampliam as possibilidades de entendimento sobre a sua produção. Os trabalhos são composições abstratas, com planos de cor cujo interesse se volta para a disputa de espaços, entre o caos e o vazio e as fissuras que se revelam na sobreposição de camadas. Na entrevista do vídeo você pode entender melhor o seu conceito e porque “ruptura”.

 

 

 

Outra artista que veio de São Paulo (SP), é Andreia Maria Ferrari, ou Dhéia Ferrari, com seu ensaio fotográfico “Janelas da Alma”. Criado em outubro de 2015, a exposição é composta por 10 imagens da mesma janela, porém capturadas sobre várias perspectivas com o efeito “desfocado ou borrado”. O resultado são imagens abstratas e contemporâneas, de onde podem ser observadas várias vertentes que permite o escoamento do próprio pensamento humano. Assim a janela deixa de ser uma simples janela, para se tornar o divisor de águas entre os mundos subjetivo e objetivo do observador, promovendo o encontro entre o mundo externo e a maneira como o homem o percebe.

 

Confira as entrevistas e explicações de alguns artistas sobre a sua obra:

 

 

 

Exposição Lapidações, de Ana Mähler (Poto Alegre-SP)

 

Exposição Lapidações, de Ana Mähler (Poto Alegre-SP)

 

Exposição “Segredos que habito”

 

Exposição “Segredos que habito”

 

Exposição “Segredos que habito”

 

Exposição “Segredos que habito”

 

Claudia Lara, exposição “Segredos que habito”

 

Memórias Arqueológicas de Elke Hering